v. 52 n. 46 (2025): EDITORIAL DO BIUS - – BOLETIM INFORMATIVO UNIMOTRISAÚDE EM SOCIOGERONTOLOGIA - ABRIL/2025 V.52 N.º: 46 ISSN: 2176-9141

A FÁBRICA DE POLUIÇÃO
Poeta: Odnei Sales
Eles só veem riqueza, enriquecem, e dizem ser um progresso
Eu vejo Deus, perfeição, mas vejo degradações, vejo o ar esfumaçar
Sobre a biodiversidade, que sofre um conflito incessante
É o fundiário, é o latifundiário, ou é apenas um sobrevivente
Não importa de onde vem, não importa quem extrai
É ilegal, inconsequente! Mata a mata e mata a gente
Isso não tá certo! Assim vamos virar é deserto!
Eles veem a beleza a ser lapidada, mas invadem, matam, destroem
Eu vejo Yanomami mortos, políticas que não funcionam
(ainda que funcionem, o mal é crescente, devastador)
No entanto, sem punição, o agente é apenas controlador
E assim o mercúrio continua a rolar solto nos rios, nos peixes, em mim...
Distribuindo gratuitamente o câncer, dores e doenças... enfim...
Eles veem o progresso nas indústrias trabalhando intensamente
Tá certo, temos que trabalhar pra sobreviver ou ter sucesso
Mas o progresso pelo progresso, é que não tá certo!
E o processo de emissão de poluentes, ainda é imprudente
Carros e seus gases ferozes, poluem a toda velocidade
Junto às fábricas de carbono, que intoxicam pessoas, cidades...
Biomas... biodiversidade, países... continentes, e daí por diante...
Botam fogo no parquinho, quer dizer na mata inteira
E o planeta vira um ferro quente sobre as geleiras. Para alguns, isso é besteira!
Mas são os gases de efeito estufa – o resultado da “besteira” que o homem faz
Aí não adianta correr atrás de uma árvore pra se esfriar
A atmosfera vai mesmo romper [você vai se queimar] se não cuidar dela
Assim como o mar que sobe rapidamente, afogando as cidades dos litorais
Secas e enchentes extremas, desmatamentos, queimadas, a todo vapor
Fumaças que nos fazem fumantes passivos, doentes pulmonares
E isso ocorre bem debaixo do nosso nariz
O ar impuro que invade nossos lares, sorrateiro, enquanto dormimos
Só queria que ao menos metade do planeta, visse o que eu vejo...
Vejo o firmamento com os pássaros a bailar sobre nuvens
Sinto a calmaria do mar, ouço o ecoar da floresta. Vejo a bicharada
Vejo a perfeição divina, a harmonia dos povos e seu sustento
Vejo saúde, vida, amor e poesia. Vejo futuro, preservação
E eles o que mais veem além do enriquecimento?
Não sei o que veem, mas sei o não veem
Não veem o mal que estão causando ao mundo
[dor e sofrimento, destruição, mortes e lamentos, poluição]
Ou se pensarmos bem, nós também causamos
Ainda que em nossas pequenas ações
Só queria que eles ouvissem, sentissem ou vissem, o que eu vejo...