ARQUÉTIPOS DE RESISTÊNCIA: ALTERIDADE, PODER E CULTURA.

Resumo

RESUMO

Este estudo propõe uma análise da figura de Cleópatra VII enquanto arquétipo de resistência, considerando os eixos da alteridade, do poder e da cultura. Distante das reduções eurocêntricas que a caracterizam apenas como sedutora, Cleópatra é abordada como uma estrategista política que desafiou o imperialismo romano, utilizando-se de sua identidade egípcia e grega para articular alianças e preservar a soberania de seu reino. Através do viés da alteridade, evidencia-se sua condição de mulher oriental enfrentando as normas patriarcais e colonizadoras do Ocidente romano. No campo do poder, destaca-se sua atuação como soberana legítima e ativa nos assuntos administrativos, diplomáticos e militares. Culturalmente, Cleópatra representa a fusão entre tradição e inovação, incorporando símbolos religiosos e linguísticos para consolidar sua imagem junto ao povo egípcio e aos aliados estrangeiros. Assim, a rainha de Alexandria é interpretada como figura simbólica de resistência feminina e de preservação cultural frente à dominação estrangeira.

Palavras-chave: Cleópatra VII; resistência; alteridade; poder; cultura; identidade feminina.

ARCHETYPES OF RESISTANCE: ALTERITY, POWER AND CULTURE

ABSTRACT

This study proposes an analysis of the figure of Cleopatra VII as an archetype of resistance, considering the axes of otherness, power and culture. Far from the Eurocentric reductions that characterize her only as a seductress, Cleopatra is approached as a political strategist who challenged Roman imperialism, using her Egyptian and Greek identities to forge alliances and preserve the sovereignty of her kingdom. Through the perspective of otherness, her condition as an Eastern woman confronting the patriarchal and colonizing norms of the Roman West is highlighted. In the field of power, her performance as a legitimate and active sovereign in administrative, diplomatic and military matters stands out. Culturally, Cleopatra represents the fusion of tradition and innovation, incorporating religious and linguistic symbols to consolidate her image among the Egyptian people and foreign allies. Thus, the queen of Alexandria is interpreted as a symbolic figure of female resistance and cultural preservation in the face of foreign domination.

Keywords: Cleopatra VII; resistance; otherness; power; culture; feminine identity.

ARCHÉTYPES DE LA RÉSISTANCE: ALTÉRITÉ, POUVOIR ET CULTURE

RÉSUMÉ

Cette étude propose une analyse de la figure de Cléopâtre VII comme archétype de la résistance, en considérant les axes de l’altérité, du pouvoir et de la culture. Loin des réductions eurocentriques qui la caractérisent uniquement comme une séductrice, Cléopâtre est abordée comme une stratège politique qui a défié l'impérialisme romain, utilisant son identité égyptienne et grecque pour forger des alliances et préserver la souveraineté de son royaume. À travers la perspective de l’altérité, sa condition de femme orientale confrontée aux normes patriarcales et colonisatrices de l’Occident romain est mise en lumière. Dans le domaine du pouvoir, sa performance en tant que souveraine légitime et active dans les domaines administratif, diplomatique et militaire se distingue. Sur le plan culturel, Cléopâtre représente la fusion entre tradition et innovation, incorporant des symboles religieux et linguistiques pour consolider son image auprès du peuple égyptien et de ses alliés étrangers. Ainsi, la reine d’Alexandrie est interprétée comme une figure symbolique de la résistance féminine et de la préservation culturelle face à la domination étrangère.

Mots-clés: Cléopâtre VII ; résistance; altérité; pouvoir; culture; identité féminine.