Chamada para submissão ao dossiê temático Estudos etnográficos sobre finanças climáticas e sociais
Como parte da resposta aos crescentes índices de desmatamento, aumento de gases de efeito estufa da atmosfera, perda de biodiversidade e efeitos das mudanças climáticas nos mais diversos biomas latinoamericanos, uma agenda de “finanças climáticas” tem ganhado força entre governos nacionais, organismos internacionais e organizações não-governamentais, com a emissão de títulos verdes, como créditos de carbono e títulos soberanos sustentáveis. Paralelamente, soluções financeiras também têm sido propostas para questões associadas à desigualdade de gênero e racismo, como é o caso da inclusão de mulheres no mercado de crédito e o investimento em “negócios de impacto”, que preveem retornos tanto sociais quanto financeiros. Trata-se de um processo de financeirização que atravessa diferentes domínios da vida, expandindo-se à medida que se propõe como solução para as desigualdades e efeitos planetários provocados pelo próprio sistema capitalista. Tal expansão é acompanhada de uma dimensão moral, que torna o crescente endividamento um problema individual, a ser resolvido com educação financeira. Aspirações vão moldando noções de pessoas empreendedoras e investidoras, atravessando desejos e imaginações de si.
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