Bater de frente, com diálogo
Projeto e tática na demanda por direitos pelo PCC, em Pedrinhas
DOI:
https://doi.org/10.29327/2702935.10.1-10Palavras-chave:
PCC, direitos, Estado, prisãoResumo
Neste artigo, me debruçarei no tema privilegiado por meus interlocutores, nas conversas que travamos na Unidade 3 do Complexo Penitenciário de São Luís: a observância de seus direitos no cumprimento de suas penas. De antemão, isso significa que esses direitos precisam ser conhecidos e devem ser reivindicados. Mas as condições objetivas em que se encontram na prisão os obriga a desenvolverem um método para demandar por seus direitos. Veremos que há nas demandas uma crítica reformista ao Estado, mas ela é parte de uma tática mais ampla. Essa tática leva em conta um cálculo constante por parte de meus interlocutores acerca de suas ações, para que não se exaltem, mas também não se submetam a abusos. Ela tem como fundo um embate sobre linhas de exclusão, no qual meus interlocutores se afirmam “humanos” e parte da sociedade, mesmo que presos. A tática em questão também é parte do projeto que implica em bater de frente com a polícia, à maneira que isto se faz praticável dentro do ambiente prisional.
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Referências
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