FRONTEIRAS: A DIVISAO DA FRATERNIDADE NO MUNDO
Palabras clave:
Divisão Territorial, Fronteira, Anarquismo, Fraternidade.Resumen
O desafio colocado pelo pensamento anarquista do geógrafo Elisée Reclus diz respeito exatamente a se pensar uma Geografia Política sem Estado. É importante porque a renovação do pensamento nesta área apontou que não era mais possível analisar a Geografia Política tomando como referencia apenas o Estado, mas considerar outros atores sociais que também são fontes de poder. Ora, no final do século XIX, momento crucial de consolidação dos Estados Nacionais, das nacionalidades, de efervescência do movimento socialista, como poderia um Geógrafo propor a extinção dos Estados? Esta discussão remete para uma outra que é a do território dos povos, que, sem Estados e, consequentemente, sem fronteiras, deverão encontrar outros caminhos para assegurar uma unidade sem a referencia a pertencimento estatal. Sua alegria com o surgimento da Internacional Operária é um indicador da possibilidade de atenuação da função de separação dos homens através das fronteiras. No rastro deste pensamento, está uma critica ferrenha ao patriotismo, que só ajudava a dividir mais os povos, pois cada país arrogava-se de ser superior a outros, quebrando fraternidade entre os homens. Reclus defendia um modo de evolução que tivesse por princípio a ação direta da vontade livremente expressa de homens que se associam para uma determinada obra sem preocupações de fronteiras entre as classes e os países. O fato de Reclus defender a ocupação de um território onde os povos possam viver livres diverge, radicalmente, do pensamento de Ratzel, fundador da Geografia Política, que parte do Estado como elemento chave para os estudos políticos em Geografia. O simples fato de abolir as fronteiras estatais dos mapas da Nova Geografia Universal, já demonstra o pensamento de Reclus sobre o poder desta representação cartográfica. Afirmava que a divisão política da Europa era antinatural, e, portanto precária. Especificamente sobre as fronteiras, Reclus afirma que elas devem ser concebidas como móveis; via a necessidade de tornar mais livre o movimento de pessoas e idéias; e que a solidariedade e a fraternidade são os princípios de relação entre os homens, que levariam à cooperação e a troca. Afirma, enfim, que “Todos os limites construídos entre as nações são obras do homem e nada impediria que fossem modificados ou cancelados”. De modo semelhante, seu amigo e também geógrafo anarquista Piotr Kropotikin afirmava que cabia à Geografia ensinar às crianças que todos somos irmãos, independente de nossa nacionalidade.Descargas
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Publicado
2011-12-14
Cómo citar
Nogueira, R. J. B. (2011). FRONTEIRAS: A DIVISAO DA FRATERNIDADE NO MUNDO. REVISTA GEONORTE, 2(3), 25–39. Recuperado a partir de //periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/1125
Número
Sección
Artigos
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