Da trajetória secular aos novos caminhos do guaraná: desafios e perspectivas da produção na Amazônia do século XVII ao século XXI

Autores

  • Arenilton Monteiro Serrão Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Brasil.
  • Manuel de Jesus Masulo da Cruz
  • Luis Fernando Belém da Costa

DOI:

https://doi.org/10.21170/geonorte.2017.V.8.N.28.98-114

Palavras-chave:

Amazônia. Sateré-Mawé. Guaraná. Monopolização

Resumo

O presente trabalho teve por objetivo compreender a trajetória secular da cultura do guaraná (Paullinia cupana) na Amazônia, destacando entre os aspectos, os primeiros contatos entre povos autóctones e colonizadores europeus, de modo a compreender como se constituiu historicamente a produção do guaraná, que outrora era exclusividade do povo indígena Sateré-Mawé, às formas monopolistas impostas pelas grandes indústrias de bebidas na atualidade. A pesquisa é de cunho bibliográfico e elementos de suas discussões partem de estudos mais amplos. Dificilmente se comentará do guaraná sem nos remetemos aos criados dessa cultura, o povo indígena Sateré-Mawé. A origem de seu povo, envolto de mitos e lendas vem com o surgimento dessa planta, o “waranã”, que representa não só valores simbólicos, mas também cultural e socioeconômico. Detentores de tecnologias sociais de produção mantiveram por muito tempo exclusividade no processo produtivo, no entanto, o contato com os colonizadores europeus e outros agentes externos modificaram essas relações, parte de seus conhecimentos foram apropriados e o produto já imbuído em uma lógica de produção ganha o mundo e vira especiaria cobiçada pelas indústrias, em especial de bebidas, medicamentos e cosméticos, passando a integrar um produto de grande valor econômico. Partes das relações produtivas hoje se dão na forma monopolista, criando e recriando verdadeiras territorialidades e inserindo lógicas de produção e comercialização aos agentes tradicionais (indígenas e camponeses), acompanhado lado a lado pelas estruturas estatais e privadas e pelos avanços da biotecnologia.

Biografia do Autor

Arenilton Monteiro Serrão, Universidade Federal do Amazonas, UFAM, Brasil.

Mestrando em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas

 

Manuel de Jesus Masulo da Cruz

 Prof. Dr. do Departamento de Geografia e do programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Amazonas

Luis Fernando Belém da Costa

Mestrando em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas

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Publicado

2017-05-15

Como Citar

Serrão, A. M., Masulo da Cruz, M. de J., & Belém da Costa, L. F. (2017). Da trajetória secular aos novos caminhos do guaraná: desafios e perspectivas da produção na Amazônia do século XVII ao século XXI. REVISTA GEONORTE, 8(28), 98–114. https://doi.org/10.21170/geonorte.2017.V.8.N.28.98-114