Da trajetória secular aos novos caminhos do guaraná: desafios e perspectivas da produção na Amazônia do século XVII ao século XXI
DOI:
https://doi.org/10.21170/geonorte.2017.V.8.N.28.98-114Palavras-chave:
Amazônia. Sateré-Mawé. Guaraná. MonopolizaçãoResumo
O presente trabalho teve por objetivo compreender a trajetória secular da cultura do guaraná (Paullinia cupana) na Amazônia, destacando entre os aspectos, os primeiros contatos entre povos autóctones e colonizadores europeus, de modo a compreender como se constituiu historicamente a produção do guaraná, que outrora era exclusividade do povo indígena Sateré-Mawé, às formas monopolistas impostas pelas grandes indústrias de bebidas na atualidade. A pesquisa é de cunho bibliográfico e elementos de suas discussões partem de estudos mais amplos. Dificilmente se comentará do guaraná sem nos remetemos aos criados dessa cultura, o povo indígena Sateré-Mawé. A origem de seu povo, envolto de mitos e lendas vem com o surgimento dessa planta, o “waranã”, que representa não só valores simbólicos, mas também cultural e socioeconômico. Detentores de tecnologias sociais de produção mantiveram por muito tempo exclusividade no processo produtivo, no entanto, o contato com os colonizadores europeus e outros agentes externos modificaram essas relações, parte de seus conhecimentos foram apropriados e o produto já imbuído em uma lógica de produção ganha o mundo e vira especiaria cobiçada pelas indústrias, em especial de bebidas, medicamentos e cosméticos, passando a integrar um produto de grande valor econômico. Partes das relações produtivas hoje se dão na forma monopolista, criando e recriando verdadeiras territorialidades e inserindo lógicas de produção e comercialização aos agentes tradicionais (indígenas e camponeses), acompanhado lado a lado pelas estruturas estatais e privadas e pelos avanços da biotecnologia.
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