Extrativismo e cadeia produtiva do açaí no médio Solimões
Abstract
A atividade extrativista de açaí no médio Solimões é uma das maiores e movimenta a economia local, servindo como fonte de renda e emprego para diversas pessoas. No entanto, é uma atividade que requer um grande desempenho físico desde o cultivo até a comercialização. O presente trabalho teve como objetivo conhecer e quantificar os índices envolvidos na cadeia produtiva, bem como a forma de colheita, o processamento do fruto, o armazenamento da polpa e o destino dado à semente tendo em vista a sustentabilidade através da reutilização da mesma. Desta forma, foi elaborado um questionário fechado contendo doze questões objetivas. O período da coleta de dados foi nos meses de Setembro e Outubro de 2017, nos municípios de Alvarães, Tefé, Coari e Codajás, de forma verbalizada de perguntas e respostas. Na tabulação dos dados, observou-se que a maioria dos vendedores de açaí são do sexo masculino, sendo uma pequena parcela do sexo feminino, a maior parte com idades entre 41 e 50 anos, mostrando a pequena participação das mulheres nesta atividade e a experiência prevalecendo. A maior percentagem relatou ser usado peçonha, calçado e facão na colheita e, na cadeia produtiva, 65% atua apenas como vendedor e processador, sendo o açaí do Amazonas o mais comercializado (75%). A extração da polpa pelos próprios vendedores representa 75% do total, sendo que 95% usam máquinas. 40% descartam a semente, seguida de 35% que relataram o uso da semente como combustível em fábricas de tijolo e cerâmica. O armazenamento da polpa é feito em caixa de isopor, representando 70%. 60% relataram não depender exclusivamente da venda de açaí, quando o açaí não é vendido em grande parte é consumido e a maior parte dos entrevistados (55%) disse haver açaí disponível o ano todo para a venda. O contato com essas informações faz entender a dimensão e a importância da atividade extrativista de açaí como desenvolvimento socioeconômico e agregado a isso, a sustentabilidade desde o cultivo até o descarte da semente, sendo este trabalho uma ferramenta imprescindível no reconhecimento do extrativismo do açaí como atividade de subsistência.
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