Educar pra valer ou adestrar pra valer? Discussões sobre o trabalho docente

Autores

  • Davi Amancio de Souza Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista – BA
  • Arlete Ramos dos Santos Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB

DOI:

https://doi.org/10.29280/rappge.v9i1.13086

Palavras-chave:

Programa Educar Pra Valer, Educação, Alienação, Adestramento, Trabalho Docente

Resumo

O artigo traz reflexões sobre o Programa Educar pra Valer em interface com o trabalho docente desenvolvido numa escola pública campesina de Vitória da Conquista, no Estado da Bahia. Destaca-se a estreita relação da Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, com o referido programa, bem como a presença e a influência de organismos internacionais e de instituições da iniciativa privada em sua estrutura organizacional. Com vistas ao desvelamento da realidade e envolta nas múltiplas determinações que envolvem o objeto de estudo, a pesquisa está fundamentada no método dialético, tendo a entrevista semiestruturada como recurso metodológico para a investigação de campo. Dessa forma, buscaram-se respostas aos seguintes questionamentos: a) a quem interessa a implantação do Programa Educar para Valer em escolas públicas? b) por que parece haver um certo deslumbramento das escolas participantes com a ideologia do Programa Educar para Valer, em vez da percepção de inconsistências que o permeiam? c) o Programa Educar para Valer, que surge alinhado à BNCC, visa emancipar ou alienar, educar ou adestrar as escolas participantes e os sujeitos? Considerando a elaboração de uma nova crítica da economia política, tem-se na teoria marxista a importância desse exercício crítico-reflexivo no que diz respeito à alienação em relação ao trabalho docente enquanto modo de produção. Os resultados da pesquisa revelaram que, embora o Programa Educar pra Valer, quanto à sua proposta e aplicabilidade, desconsidere os princípios de uma Escola Democrática por atuar na perspectiva da valorização de indicadores quantitativos e não das subjetividades de escolas e sujeitos, parece, ainda assim, haver um certo deslumbramento das escolas participantes quanto à sua ideologia.

Biografia do Autor

Davi Amancio de Souza, Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista – BA

Possui graduação em Teologia pela Faculdade Batista Brasileira, bem como graduação em Psicologia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Atualmente é servidor público da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação.

Arlete Ramos dos Santos, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB

Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2002), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2010) e doutorado em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013). Professora Titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia no Departamento de Ciências Humanas, Educação e Linguagem (DCHEL). Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (PPGEd/UESB) e da Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação do campo, políticas educacionais, educação de jovens e adultos, movimentos sociais do campo e Plano de Ações Articuladas (PAR), pandemia. Desenvolve pesquisas sobre o PAR e a BNCC, e os reflexos da pandemia. Coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Movimentos Sociais, Diversidade e Educação do Campo e Cidade (Gepemdecc/CNPq), Coordenadora da Rede Latino-americana de Pesquisa em Educação do Campo, Cidade e Movimentos Sociais - RedePECC-MS. Coordenadora do Programa Formação de Educadores do Campo - Formacampo/UESB. Membro da Rede Diversidade e Autonomia na Educação Pública (REDAP). Pesquisadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), no GT Capitalismo digital. Bolsista Produtividade em pesquisa do CNPq Nível 2. 

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Publicado

07-03-2024

Como Citar

AMANCIO DE SOUZA, D.; RAMOS DOS SANTOS, A. Educar pra valer ou adestrar pra valer? Discussões sobre o trabalho docente . Revista Amazônida: Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 1–23, 2024. DOI: 10.29280/rappge.v9i1.13086. Disponível em: //periodicos.ufam.edu.br/index.php/amazonida/article/view/13086. Acesso em: 26 dez. 2024.