Histórias de genocídios e a "abertura da palavra" nas trilhas da política indígena (Alto Solimões -AM, 1970-80)

Autores

  • Tamily Frota Pantoja Universidade Federal do Amazonas

DOI:

https://doi.org/10.38047/rct.v16.FC.2024.di2.p.1.29

Palavras-chave:

Genocídio, Memória, Amazônia

Resumo

O artigo tem por objetivo discutir as relações de política indígena diante das violências ligadas aos mercados ilegais de exploração de recursos naturais e operadas pelo indigenismo autoritário contra os povos do alto rio Solimões, região do Amazonas, cujas práticas sociais de denúncias apontam para a problemática do genocídio indígena na história recente do Brasil. Dois contextos são entrelaçados por diferentes fontes para ampliarmos a concepção de violências sistemáticas: os relatos acerca dos conflitos na área indígena Vale do Javari e as memórias em torno da criação de direitos pelas comunidades Ticuna. As lutas políticas pelo direito à comunicação e à participação pública evidenciam movimentos de dimensões não apenas locais, mas de circularidade nacional das suas ações por autonomia.

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Publicado

2024-11-16

Como Citar

Frota Pantoja, T. (2024). Histórias de genocídios e a "abertura da palavra" nas trilhas da política indígena (Alto Solimões -AM, 1970-80). Canoa Do Tempo, 16, 1–29. https://doi.org/10.38047/rct.v16.FC.2024.di2.p.1.29

Edição

Seção

Dossiê - Pensar o presente e futuro da História Indígena