“Le monde finit toujours par vaincre l’histoire’’: recepção da antiguidade em Le vent à djemila (1938), de Albert Camus
DOI:
https://doi.org/10.38047/rct.v16.FC.2024.da9.p.1.27Keywords:
Albert Camus, Classical Reception, NatureAbstract
Ainda em Argel, o então jovem Albert Camus (1913-1960) publicara um conjunto de ensaios, intitulado Noces (Núpcias), cuja primeira edição remonta a 1938. Nesta coletânea, Camus tece uma ode à beleza através da descrição do sentimento de núpcias com o mundo – mundo este que acaba por “sempre vencer a história”. No presente trabalho, investiga-se a Recepção da Antiguidade no ensaio Le Vent à Djémila (O vento em Djemila). Busca-se destacar os excertos onde o autor se vale da antiguidade como forma de suscitar o problema central do ensaio: a natureza, materialidade última da existência, posta diante da História. As ruínas de Djemila, antiga vila romana, representam o desejo de perenidade, que contrasta com um mundo implacável e absolutamente alheio aos anseios humanos de permanência. Conclui-se que a antiguidade é recepcionada como forma de oferecer a única conduta possível diante da morte: sua corajosa e obstinada aceitação.
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