Histórias documentadas: José María Blanco, a beatificação de jesuítas e o martírio colonial na América
DOI:
https://doi.org/10.38047/rct.v14.FC.2022.al1.p.1.28Palavras-chave:
jesuítas, martírio, historiografiaResumo
Os eventos envolvendo as mortes dos jesuítas Martín de Aranda (1612) e Roque Gonzáles (1628) no Chile e Paraguai coloniais, respectivamente, são tradicionalmente conhecidos como “martírios”, em representações de natureza cênica, gráfica e literária, ou outras. Consideramos, aqui, que os textos historiográficos podem ser tidos como uma das linguagens pelas quais estes eventos são construídos e narrados e, após a apresentação do quadro em que ocorreram os martírios de Elicura e Caaró-Pirapó, discutimos duas obras relativas a eles, as “Historias Documentadas” (1929 e 1937) de José María Blanco, situando seu teor e condições de produção ligadas ao desejo de sustentar procesos de beatificação inconclusos, em Roma. Sugerimos que elas permitem pensar os contextos locais da situação colonial, das missões e da vida desses jesuítas, assim como sua apropriação a partir de interesses e situações próprios ao século XX.
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