Masculinidades populares, virilidade, poder e respeitabilidade no interior da Bahia (Feira de Santana e além, últimas décadas do século XX)

Autores

  • Alessandro Bastos UFBA

DOI:

https://doi.org/10.38047/rct.v14.FC.2022.dg4.p.1.17

Palavras-chave:

gênero, masculinidade, processos crimes

Resumo

Este texto busca apresentar alguns achados de pesquisas que venho realizando a respeito do que tenho chamado de masculinidades populares nos contextos interioranos e sertanejos da Bahia nas últimas décadas do século XX. Deste modo, aqui, pretendo discutir, sob o ponto de vista da  História das relações de gênero, os significados de masculinidade e virilidade partilhados ou disputados nos contextos particulares já referidos. Para tanto, recorro a uma documentação judicial como maneira de perceber tanto as representações, quanto as práticas que foram realizadas pelos agentes históricos enfocados. Uma das conclusões a que se chega neste trabalho é que, em vez de uma única masculinidade hegemônica ou homogênea, destacam-se variadas formas de masculinidades, as quais se definem uns em relação as outras e em relação às feminilidades. As masculinidades ainda se expressam por meio das diferenças de classe social, de aspectos raciais e étnicos, de orientação sexual, de região, etc.

Referências

ALBUQUERQUE JR, Durval Muniz. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2003.

CHALHOUB, Sidney. Trabalho, Lar e Botequim: o cotidiano dos trabalhadores do Rio de Janeiro da Belle Époque. São Paulo: Editora Unicamp, 2001.

CHATIER, Roger. A história cultural entre práticas e representações. Lisboa: Difel,1990.

CONNEL, Robert W. Políticas da masculinidade. Educação & Realidade, v.20, n.2,1995, p.185-206, julho/dezembro,1995.

ENGEL, Magali Gouveia. Paixão, crime e relações de gênero (Rio de Janeiro, 1890-1930). Topoi, v. 1, n. 1 , p. 153-177, 2000.

ESTEVES, Martha de Abreu. Meninas perdidas: os populares e o cotidiano do amor no Rio de Janeiro da Belle Époque. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989

FAGUNDES NEVES, Erivaldo. O sertão na formação socioeconômica brasileira. Mneme - Revista de Humanidades, v. 19, n. 42, p. 11-20, agosto, 2019.

LEITE, Rinaldo. À guisa de introdução: relendo as cidades... Reflexões sobre a modernidade e a civilidade. In: LEITE, Rinaldo; SANTOS, Aline A. C. dos; SILVA, Miranice M. (Org.). Cidade Interioranas da Bahia: modernidade, civilidade e sociabilidades. 1ed.Feira de Santana: Editora UEFS, 2016.

MEDRADO, Benedito e LYRA, Jorge. Por uma matriz feminista de gênero para os estudos sobre homens e masculinidades. Revista Estudos Feministas [online], v. 16, n. 3, pp. 809-840, 2008.

NOGUEIRA, Christina Gladys de Mingareli ; MIRANDA, Marcelo Henrique. A (re)produção das masculinidades hegemônicas: homens, famílias populares e violações dos direitos humanos. Revista Interritórios, v.3, p.120-140, 2017.

OLIVEIRA, Ana Maria Carvalho dos Santos. Feira de Santana em tempos de Modernidade: olhares, imagens e práticas do cotidiano (1950 - 1960). Tese de doutorado. Programa de Pós-Graduação em História. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2008.

OLIVEIRA, Clóvis Frederico Ramaiana. “Canções de uma cidade amanhecente”: urbanização, memórias urbanas e silenciamentos em Feira de Santana, 1920-1960. Salvador: EDUFBA, 2016.

SCOTT, Joan Wallach. Gênero: categoria útil de análise história. Educação & Realidade, v.20, n.2, p. 71-99, julho/dezembro,1995.

VASCONCELOS, Tânia Mara Pereira. Sertão das “muié séria”? Convenções de gênero e rebeldia feminina em processos judiciais em Jacobina (BA). Sæculum – Revista de História, v. 24, n. 41, p. 318–334, 2019.

Downloads

Publicado

2022-12-19

Como Citar

Bastos, A. (2022). Masculinidades populares, virilidade, poder e respeitabilidade no interior da Bahia (Feira de Santana e além, últimas décadas do século XX). Canoa Do Tempo, 14, 1–17. https://doi.org/10.38047/rct.v14.FC.2022.dg4.p.1.17

Edição

Seção

Dossiê-Relações de gênero: temas, problemas e perspectivas