A DISTRIBUIÇÃO E A OCORRÊNCIA TÊMPORO-ESPACIAL DAS QUEIMADAS NO MATO GROSSO DO SUL, UMA ANÁLISE ATRAVÉS DAS IMAGENS DO SATÉLITE NOAA-15.

Autores

  • Autor: Sérgio Costa Pinto Junior
  • Charlei Aparecido da Silva

Palavras-chave:

Climatologia, Distribuição, Queimadas, Clima.

Resumo

Frequentemente as mudanças relacionadas ao clima e ao tempo, são ligeiramente nítidas devido às mesmas serem sentidas de forma brusca, sendo analisadas sob formas variadas, tendo em vista que a constante transformação do espaço geográfico exerce influência na dinâmica da atmosfera. A Climatologia relaciona-se a esse vínculo ao estudar as características da atmosfera em contato com a superfície terrestre e a característica de sua distribuição espacial de forma têmporo-espacial. Estudos sob diversas escalas no ano de 2009, mostra-se que Mato Grosso do Sul aponta como terceiro no ranking nacional em número de queimadas, em grande parte, causadas pela ação antrópica e, em escalas crescentes cada vez mais rápidos. No Brasil, a queima de biomassa vegetal constitui uma prática de manejo utilizada em diferentes culturas, na criação de gado e na expansão da fronteira agrícola. As queimadas estão amplamente inseridas no processo produtivo do Estado e é um fator que se atrela a expansão agropecuária em diversos aspectos principalmente por ser um instrumento de baixo custo. Em escala regional e global, estas emissões de queimadas alteram o balanço radiativo da atmosfera, através dos efeitos diretos das partículas de aerossóis ao refletir e espalhar a radiação solar de volta para o espaço, reduzindo a quantidade absorvida pela superfície terrestre, e ao absorver radiação solar, aquecendo a atmosfera. O monitoramento destes eventos exige o estudo de métodos de detecção e delimitação de áreas, onde a relação tempo e clima devem ser encaradas de maneira conjunta, considerando que o clima é definido como a sucessão habitual dos tipos de tempo sobre um lugar pelo um período mínimo de 30 anos. Essa premissa desenvolvida por SORRE (1950), complementada por PEDÉLABORDE (1970), traz a ideia da importância do entendimento do ritmo em estudos que tem como base o entendimento da dinâmica da atmosfera sobre uma área. Um dos objetivos da Climatologia, com caráter geográfico, é buscar meios para que possam ser explicadas e possivelmente resolvidas as problemáticas que envolvem essas modificações. Como os estudos de Climatologia se baseiam em série de dados meteorológicos a confiabilidade e uma análise prévia da qualidade dos dados é fundamental e influenciam diretamente nas projeções e na determinação de padrões climáticos. Sendo assim o presente trabalho tem como objetivo identificar nas áreas do estado de Mato Grosso do Sul os principais fatores que possibilitam a discriminação de queimadas em relação a outros tipos de alterações na região como as condições atmosféricas correlacionadas à qualidade de vida do homem. Para o desenvolvimento da pesquisa foram feitas pesquisas documentais e bibliográficas, utilizando-se dos conceitos de climatologia apresentados por SORRE (1950), PÉDELABORDE (1970), ZAVATINI (1992, 1998), entre outros autores, o uso desse referencial foi de suma importância na compreensão de clima e tempo na aplicabilidade de técnicas de pesquisa em Climatologia. A partir daí foram levantados dados referentes a queimadas e poluição atmosférica no Mato Grosso do Sul, através de coleta e análise de dados on-line pelo INPE/CPTEC, onde foram selecionadas as imagens do índice de queimada, onde se computou o numero de focos mensais do ano de 2009. A série temporal adquirida mostrou-se bastante representativa permitindo uma espacialização das áreas mais atingidas pelos focos de calor, notando-se que os focos se concentram na faixa que se estende de norte a sul do estado em fronteira com Bolívia e Paraguai principalmente, regiões essas que o clima e o relevo favorecem o índice elevado de queimadas. O período de maior ocorrência é de julho a outubro, pois é quando a vegetação fica seca em função das geadas e ao período de estiagem. Os fatores climáticos, somados aos geográficos, ou seja, as características de cada região, os sistemas de circulação atmosférica, a distribuição das chuvas, as estações secas, o todos esses fatores acabam por intervir na distribuição das queimadas. Os fatores climáticos estáticos tais como relevo, agem sobre o clima das determinadas regiões em interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica. O clima local e seus tipos e tempo associados tem grande relevância na determinação da quantidade de biomassa disponível para a queima. O tempo local, através da temperatura, precipitação e umidade e o vento, determinam condições necessárias para a ocorrência do fogo e seu comportamento. Mais da metade das queimadas registradas no Estado ocorreram no município de Corumbá, no Pantanal sulmatogrossense. É uma situação que nos coloca em alerta, já que naquela região a estiagem também ocorre de forma prolongada, o que aumenta os riscos de novos incêndios, ameaçando a fauna e a flora do lugar, além de preocupante, o crescimento da quantidade de queimadas é um reflexo dos danos ambientais causados pelo homem ao longo dos anos. Portanto, ao considerarmos que se coloca na atualidade desafios para o controle e minimização dos impactos ambientais na atmosfera faz-se necessário a compreensão do ritmo climático regional e sua integração com outros sistemas sejam eles de caráter natural ou humano, condição essa presente nesse trabalho, resultado de uma iniciação científica.

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Publicado

2012-10-06

Como Citar

Pinto Junior, A. S. C., & Aparecido da Silva, C. (2012). A DISTRIBUIÇÃO E A OCORRÊNCIA TÊMPORO-ESPACIAL DAS QUEIMADAS NO MATO GROSSO DO SUL, UMA ANÁLISE ATRAVÉS DAS IMAGENS DO SATÉLITE NOAA-15. REVISTA GEONORTE, 3(9), sem p. Recuperado de https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/editar%20prf