Técnicas com multi-sensores para mapeamento de inundação
um estudo de caso na cidade de Tarauacá (Acre, bacia Amazônica, Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.21170/geonorte.2022.V.13.N.42.90.111Palavras-chave:
Ameaça, Sensoriamento Remoto, NDWI, TarauacáResumo
O objetivo deste artigo é realizar o mapeamento de áreas inundáveis a partir de técnicas com multi-sensores em um estudo de caso no estado do Acre (Amazônia-Brasil). As inundações são o desastre mais comum na Amazônia, embora este tipo de mapeamento tenha sido feito de forma sistemática em todo o território brasileiro apenas recentemente por órgães governamentais oficiais. A cidade de Tarauacá (Acre, Amazonas, Brasil) é a área de estudo deste trabalho. Os métodos para mapeamento de inundação incluíram dados de radar (Sentinel-1/S1) e sensor óptico (Sentinel-2/S2), separadamente e em uma abordagem de fusão. A extensão da inundação foi medida no Sentinel-1 VV, no NDWI Sentinel-2 e na classificação não supervisionada dos dados de fusão S1 e S2. As áreas totais resultantes variam: 8,23 km2 (S1), 7,86 km2 (NDWI-S2) e 11,87 km2 (fusão multisensor). Os resultados da fusão S1S2 foram validados a partir do cálculo da acurácia global (70%), erros de omissão e comissão e com o índice kappa (0,59). O uso de multi-sensores pode auxiliar no mapeamento de ameaças e de risco de inundação já que consegue obter características da superfície da água utilizando de maneira complementar imagens óticas e de radar. Este método é viável para outras regiões amazônicas e auxilia nas ações emergenciais de resposta a desastres.
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