A FUNÇÃO DA PRECIPITAÇÃO NO CONFORTO DO CLIMA URBANO DA CIDADE DE MANAUS
Resumen
Há na verdade abundante discussão na atualidade a respeito do clima planetário, que muitas vezes se
nos apresenta com várias abordagens como mudanças climáticas, aquecimento global, efeito estufa,
clima e ambiente, entre outros. O clima é um dos elementos mais variantes da natureza. Para Kandel
(1990, p.27), o clima “É uma certa regularidade subjacente a uma aparente desordem.” Dessa maneira,
se torna uma ordem composta resultante das desordens de alguns elementos atmosféricos. Sendo
assim, o clima é um dos elementos mais complexos da atmosfera terrestre. Adicione-se essa
complexidade às características do clima urbano, que é um clima modificado em virtude dos
componentes e estrutura da urbanização. Na cidade de Manaus em consequência da ausência de
precipitação, que ocorre entre os meses de Julho a Novembro, é o período em que as temperaturas
locais registram maiores valores diários alcançando índices superiores a 40°C. Estes são os meses de
excessivo desconforto térmico local. Este quadro somente é amenizado com a presença de chuvas,
segundo será comprovado neste artigo. A cidade de Manaus assim como a maior parte da região
Amazônica têm clima caracterizado pelo desconforto natural, do tipo Equatorial quente e úmido, tendo
como origem dois fatores principais: a localização geográfica e a topografia. Este desconforto
climático somente é amenizado principalmente pela ocorrência de precipitação, que graças à natureza
é abundante na região na maior parte do ano. As precipitações na Amazônia Ocidental e Central e
também na cidade de Manaus sofrem variações negativas na sua quantidade, em decorrência da
atuação do fenômeno El Nino Oscilações Sul (ENSO). Portanto em período de El Nino haverá menos
precipitação na cidade e regiões próximas, agravando adicionalmente o desconforto térmico local
(Molion, 2008). Este estudo se justifica em virtude de buscar entender qual é a margem de influência
benéfica que a precipitação traz para o clima da cidade de Manaus, e reconhecer cientificamente a
contribuição desse importante elemento natural no conforto térmico local. Ademais, malgrado,
contribuirá também para aumentar a produção científica sobre a temática clima urbano tão escassa na
região. Este artigo teve como objetivo analisar a função da precipitação no declínio da temperatura
local, bem como, a contribuição desse declínio da temperatura no conforto térmico do clima da cidade
de Manaus. A análise procedeu-se confrontando a temperatura registrada antes e após a ocorrência da
precipitação ocorrida no dia 5 de março de 2009, que segundo o Instituto Nacional e Meteorologia
(INMET) foi de 39,1 mm. A metodologia consistiu na coleta das variáveis climáticas temperatura e
precipitação de 10 (dez) postos meteorológicos móveis instalados ao longo do perímetro urbano da
cidade e 3 (três) estações oficiais de meteorologia. As estações móveis foram instaladas na área urbana
da cidade procurando atingir as quatro zonas urbanas. Quatro estações foram instaladas em locais com
áreas verdes e seis em locais com parcial ou mais intenso uso do solo. Entre os lugares definidos como
“áreas verdes” foram selecionados : Reserva Florestal da Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Bairro Coroado, Zona Leste; Parque Municipal do Mindú, Bairro Parque 10 de Novembro,
Zona Centro-Sul; Jardim Botânico Adolpho Ducke, na Reserva Floresta Adolpho Ducke no
Loteamento Cidade de Deus, na Zona Norte; e uma área de fragmento florestal no Conjunto Beija-Flor
II, no Conjunto Residencial Parque das Laranjeiras, Bairro de Flores, Zona Centro-Sul. As estações
meteorológicas dos lugares com área parcial ou densamente construída funcionaram nos seguintes
locais: Aeroclube do Amazonas no Bairro de Flores, Zona Centro-Sul; Praça da Igreja Nossa Senhora
de Fátima, Bairro da Praça 14, Zona Centro-Sul; casa do senhor Alaesse Alves da Silva, rua Sobrinho
Maranhão, nº 27A, Bairro de São Francisco, Zona Centro-Sul; casa do senhor João Peres de Souza,
rua 70, Quadra 142, Nº 5, área treze, no Conjunto Nova Cidade, Bairro da Cidade Nova, Zona Norte;
Escola Municipal Júlia Barjona Labre, no Bairro de São José I, Zona Leste e sede do SESC-Manaus
rua Henrique Martins, Zona Sul. Os postos do INMET e dos dois aeroportos na verdade são áreas de
uso do solo parcial e apresentam considerável vegetação nos seus entornos. Os resultados
demonstraram claramente o efeito negativo (positivo) da precipitação sobre a temperatura na cidade de
Manaus, e evidentemente em toda região intertropical, atuando como amenizador do desconforto
térmico local. Os meses mais chuvosos são: janeiro, fevereiro, março, abril e maio. Portanto, são os
que apresentam as menores temperaturas médias mensais, e consequentemente melhor conforto
térmico ambiente. Os meses mais secos e de maiores médias térmicas mensais são: agosto, setembro e
outubro. Novembro, Dezembro e junho são denominados meses intermediários (NASCIMENTO,
2009). Como resultado constatou-se que o maior declínio na temperatura foi de 5,5°C e ocorreu nos
postos da Praça 14 e Escola Municipal Júlia Barjona Labre, no horário entre 11:00 e 13:00 horas, e
11:00 e 12:00 horas respectivamente . Enquanto que o menor declínio verificou-se no posto do
Conjunto Nova Cidade de 2,6°C, no horário entre 10:00 e 13:00 horas. O maior volume pluviométrico
foi registrado na área do Jardim Botânico de 126,6 mm, cujo índice pode ser considerado como um
evento extremo de chuva na cidade. Enquanto que a menor pluviosidade desse dia 5 de março de
2009, ocorreu na área do Aeroporto Ponta Pelada com apenas 20,0 mm. A máxima das temperaturas
médias do horário pesquisado ocorreu na estação meteorológica do Conjunto Nova Cidade de 27,4°C.
Enquanto que a média mínima registrou-se no Aeroporto Eduardo Gomes de 21,6°C. O tempo ou
duração da pesquisa para alcançar o objetivo deste estudo é irrelevante, considerando que o efeito da
precipitação sobre a temperatura, é somente questão de ocorreu a precipitação.
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