ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS NO BAIXO RIO NEGRO

ABORDAGEM PRELIMINAR

Autores

  • Raimundo Humberto Cavalcante Lima
  • Roberto César de Mendonça Barbosa
  • Vilma Terezinha de Araujo Lima
  • Maria da Glória Motta Garcia
  • Solange dos Santos Costa
  • Edilza Laray de Jesus
  • Vania Maria Nunes dos Santos
  • Carlos Eduardo Manjon Mazoca
  • Isabela Apoema Gomes de Souza
  • Antonio Gilmar Honorato de Souza
  • Carmem do Socorro Rocha dos Santos
  • Diego Wenderson Pessoa Venâncio
  • Josângela da Silva Jesus

DOI:

https://doi.org/10.21170/geonorte.2024.V.15.N.48.01.29

Palavras-chave:

Amazônia, Geoturismo, Patrimônio Geológico, Unidades de Conservação

Resumo

O conceito de estratégias de geoconservação engloba uma série de ações integradas e multidisciplinares que visam à gestão sustentável dos elementos relevantes da geodiversidade. Como componentes da diversidade natural, incluir estes elementos em políticas de conservação da natureza e de ordenamento do território é fundamental para garantir tanto sua conservação, como legado às futuras gerações, quanto assegurar seu uso como recurso não-extraível. Na região do baixo Rio Negro, estado do Amazonas, a geodiversidade desempenha um papel crucial na construção da paisagem local, mas pouca atenção é dada à gestão específica dos elementos abióticos e do geopatrimônio. Neste contexto, esta pesquisa vem apresentar e discutir as estratégias em geoconservação que vêm sendo desenvolvidas para o território e que contêm um forte viés na educação e no geoturismo. O diagnóstico vem sendo construído com base no inventário e na avaliação quali-quantitativa de locais de interesse representativos dos principais processos e materiais geológicos. Os aspectos da conservação são discutidos à luz da legislação vigente, tanto em termos de áreas protegidas quanto de leis específicas. A promoção, que constitui a ligação com a sociedade, vem sendo atingida por meio de diálogos e oficinas com comunitários e gestores e pela produção de material de divulgação com base em tecnologias geoespaciais. A estruturação destas ações apoiada nestas três esferas foi essencial para esboçar um panorama geral, testar métodos, reconhecer deficiências e destacar qualidades, além de delinear perspectivas relativas ao uso sustentável da geodiversidade e do patrimônio geológico na região.

Referências

ABINADER, H. Depósitos cenozoicos da porção oeste da Bacia do Amazonas. Dissertação (Mestrado em Geociências). Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2008.

ALVES, N. de S. Mapeamento hidromorfodinâmico do Complexo Fluvial de Anavilhanas: contribuição aos estudos de Geomorfologia Fluvial de rios Amazônicos.Tese (Doutorado). Programa de Pós-graduação em Geografia Física. São Paulo: USP.2013.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza-SNUC. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002. 3. ed. aum. Brasília: MMA/SBF, 2003. 52p.

BRILHA, J. Inventory and quantitative assessment of geosites and geodiversity sites: a review. Geoheritage, v. 8, n. 2, p. 119–134. 2016. DOI :0.1007/s12371-014-0139-3

BRILHA, J. Património Geológico e Geoconservação. Palimage Editores, Viseu, 190p. 2005.

BRILHA, JBR; CARVALHO, AMG. Geoconservation In Portugal: an introduction. Publicação…Ciências Geológicas: Ensino Editora: Associação Portuguesa de Geólogos, Sociedade Geológica de Portugal. J.M. Cotelo Neiva, António Ribeiro, Mendes Victor, Fernando Noronha, Magalhães Ramalho (coord.)Investigação e sua História. Volume II, Capítulo IV - Geologia e Património Natural (Geodiversidade)

CARCAVILLA, L.; LÓPEZ-MARTÍNEZ, J.; VALSERO, J. 2007. Patrimonio geológico y geodiversidad: investigación, conservación, gestión y relación con espacios naturales protegidos. Madri: IGME, 2007.

CARCAVILLA, L. Geoconservación. Editora Los Libros de la Catarata, 128p. 2012

CARRIVICK, J.; SMITH, M.; QUINCEY, D. Structure from Motion in the Geosciences. Chichester: Wiley Blackwell, 2016.

CAYLA, N.; HOBLÉA, F.; REYNARD, E. New Digital Technologies Applied to the Management of Geoheritage. Geoheritage, v. 6, n. 2, p. 89–90. 2014. DOI: https://doi.org/10.1007/s12371-014-0118-8

COSTA, M. Aspectos geológicos dos lateritos da Amazônia. Revista Brasileira de Geociências, n. 21, v. 2, p. 146–160. 1991. DOI: 10.25249/0375-7536.1991146160

CROFTS, R.; GORDON, JE; BRILHA, J.; GRAY, M.; GUNN, J.; LARWOOD, J.; WORBOYS, G. Guidelines for geoconservation in protected and conserved areas: Best practice protected area guidelines, IUCN, Gland. 2020. https://portals.iucn.org/library/node/49132

CROFTS, R.; GORDON, JE. Geoconservation in protected areas. G.L. Worboys, M. Lockwood, A. Kothari, S. Feary, I. Pulsford (Eds.), Protected area governance and management, ANU Press, Canberra, pp. 531-568. 2015.

CUNHA P.; MELO J.; SILVA O. Bacia do Amazonas. Boletim de Geociências da Petrobrás. v. 15, n. 2, p. 227–251. 2007.

DOWLING, R.K.; NEWSOME, D. Geoheritage and Geotourism. Chapter 17, Editor(s): Emmanuel Reynard, José Brilha, Geoheritage, Elsevier, 2018, Pages 305-321, ISBN 9780128095317, doi.org/10.1016/B978-0-12-809531-7.00017-4.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Banco de dados (shapefile): arquivos vetoriais. 2021. Disponível em: https://downloads.ibge.gov.br/. Acesso em 20 de Nov. 2022.

ICMBIO. INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Plano Interpretativo do Parque Nacional do Jaú. 2020.

ICMBIO,Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade https://www.gov.br/icmbio/pt-br/servicos/geoprocessamento/mapa-tematico-e-dados-geoestatisticos-das- unidades-de-conservacao-federais. Acesso em 09 de fev de 2023.

FARSANI, N. T.; COELHO, C.; COSTA, C. Geotourism and geoparks as novel strategies for socio-economic development in rural areas. International Journal of Tourism Research, v. 13, n. 1, p. 86–81. 2011. DOI: 10.1002/jtr.800

GARCIA, M.; NASCIMENTO, M.; MANSUR, K.; PEREIRA, R. Geoconservation strategies framework in Brazil: Current status from the analysis of representative case studies. Environmental Science and Policy, v. 128, p. 194–207. 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.envsci.2021.11.006

GORDON, JE. Geoheritage, geotourism and the cultural landscape: Enhancing the visitor experience and promoting geoconservation Geosciences, v. 8, n. 4, p. 136. 2018.

HAM, S. Environmental interpretation: a practical guide for people with big ideas and small budgets. Golden: North American Press, 1992.

HENRIQUES M.; REIS, R.; BRILHA, J.; MOTA, T. Geoconservation as an emerging geoscience. Geoheritage, n. 3, v. :11, p. 117–128. 2011, DOI: 10.1007/s12371-011-0039-8

HORBE, A. Idades paleomagnéticas de crostas lateríticas da Amazônia. Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Nat., v. 9, n. 1, p. 93–104. 2014. DOI: 10.46357/bcnaturais.v9i1.539

HOSE, T. A. 1995. Selling the Story of Britain's Stone, Environmental Interpretation,10: 16-17

IBANEZ, K.; GARCIA, M.; MAZOCA, C. Tectonic Geoheritage as Records of Western Gondwana History: a Study Based on a Geosite’s Potential in the Central Ribeira Belt, Southeastern Brazil. Geoheritage, v. 13, n. 9, p. 4–15. 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s12371-021-00533-3

LATRUBESSE, E.; FRANZINELLI, E. The late Quaternary evolution of the Negro River, Amazon, Brazil: Implications for island and floodplain formation in large anabranching tropical systems. Geomorphology, v. 70, n. 3-4 , p. 372–397. 2005. DOI: 10.1016/j.geomorph.2005.02.014

LATRUBESSE, E.; STEVAUX, J. The Anavilhanas and Mariuá Archipelagos: Fluvial Wonders from the Negro River, Amazon Basin. 2015. In: VIEIRA, B,. SALGADO, A.; SANTOS, L. (eds). Landscapes and Landforms of Brazil, Dordrecht: Springer, 2015. p. 157–169.

MENDES, A.; TRUCKENBROD, W.; NOGUEIRA, A. 2012. Análise faciológica da Formação Alter do Chão (Cretáceo, Bacia do Amazonas), próximo à cidade de Óbidos, Pará, Brasil. Revista Brasileira de Geociências, v. 42, n. 1, p. 39–57. 2012. DOI: 10.25249/0375-7536.20124213957

REESINK, A., & BRIDGE, J. S. Influence of superimposed bedforms and flow unsteadiness on formation of cross strata in dunes and unit bars. Sedimentary Geology, 202(1), 281– 296. https://doi.org/10.1016/j.sedgeo.2007.02.005

ROCHA, A.; LIMA, E.; SCHOBBENHAUS, C. Aplicativo Geossit: nova versão. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 48, 2016, Porto Alegre. Anais [...]. Porto Alegre: SBG, 2016. p. 1813.

ROZO, J.; NOGUEIRA, A.; HORBE, A.; CARVALHO, A. Depósitos Neógenos da Bacia do Amazonas. Contribuições à Geologia da Amazônia, v. 4, p. 201–207. 2005.

SANTOS, I.; HENRIQUES, R.; MARIANO G.; PEREIRA, D. Methodologies to represent and promote the geoheritage using unmanned aerial vehicles, multimedia technologies, and augmented reality. Geoheritage, v. 10, n. 2, p. 143–155. 2018. DOI: https://doi.org/10.1007/s12371-018-0305-0

SANTOS, V.; JACOBI, P. (org.). Educação, ambiente e aprendizagem social: reflexões e possibilidades à geoconservação e sustentabilidade. Série Ensino e História de Ciências da Terra, v. 4. Curitiba: CRV, 2018.

SANTOS, I.; HENRIQUES, R.; MARIANO, G.; PEREIRA, D. Methodologies to Represent and Promote the Geoheritage Using Unmanned Aerial Vehicles, Multimedia Technologies, and Augmented Reality. Geoheritage, v. 10, p. 143–155. 2018. DOI: https://doi.org/10.1007/s12371-018-0305-0

SHARPLES, C. Concepts and principles of geoconservation. Published electronically on the Tasmanin Parks & Wildlife Service web site. 3. ed. Set, 2002.

SCHOBBENHAUS, C.; TREVISOL, A.; BERBERT BORN, MLC; CAMPOS, DA; SILVA, RC; DANTAS, ME; CAVALCANTI, JAD. Inventário do patrimônio geológico do Brasil [inventory of the geological heritage of Brazil] annais of Congresso Brasileiro de Geologia 50th, Brasília, Brazil, p.44, 2021. https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22278

SOARES, E.; DINO, R.; SOARES, D.; ANTONIOLI, L.; SILVA, M. New sedimentological and palynological data from surface Miocene strata in the central Amazonas Basin area. Brazilian Journal of Geology, v. 45, n. 3,p. 337–357. 2015. DOI: 10.1590/2317-488920150030283

SOARES, E.; KLOSTER, A.; GNAEDINGER, S.; RIKER, S.; LIMA, F.; MOTTA, M. 2017. First record of Annonaceae wood for the Neogene of South America, Amazon Basin, Brazil. Brazilian Journal of Geology, v. 47, n. 1, p. 95–108. 2017. DOI: https://doi.org/10.1590/2317-4889201720160085

SOARES E.; TRUCKENBRODT, W.; NOGUEIRA A. Fácies litorâneas e subglaciais da Formação Nhamundá (Siluriano inferior), região de Presidente Figueiredo, Bacia do Amazonas. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, v. 2, p. 105–132, 2005.

SOUZA, V.; NOGUEIRA, A. Seção geológica Manaus-Presidente Figueiredo (AM), borda norte da Bacia do Amazonas: um guia para excursão de campo. Revista Brasileira de Geociências, v. 39, n. 1, p. 16–29. 2009.

SUGUIO K. Geologia do quaternário e mudanças ambientais. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.

TILDEN, F. Interpreting our heritage. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1977.

UCEDA, AC. Patrimonio geológico: diagnóstico, clasificación y valoración. In: Suárez-Valgrande JP (ed), Jornadas sobre Patrimonio Geológico y Desarrollo Sostenible, Serie Monografías, Ministerio de Medio Ambiente de España, p. 23-37. 2000.

VALLE, R. A "negative" view - the post-processing enhancement of rock art digital image using Inversion Tool and Brightness/Contrast Levels – The case of petroglyphs at the lower Negro river basin, Brazilian Amazonia. Boletín APAR, v. 6., n. 21. p. 927–936. 2012.

VALLE, R. Mentes Graníticas e Mentes Areníticas: Fronteira geo-cognitiva nos Petróglifos do Baixo Rio Negro, Amazônia Setentrional. Tese (Doutorado em Arqueologia). Programa de Pós-Graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

Downloads

Publicado

2024-02-09

Como Citar

Cavalcante Lima, R. H., de Mendonça Barbosa , R. C., de Araujo Lima, V. T., Motta Garcia, M. da G. ., dos Santos Costa, S. ., de Jesus, E. L., Nunes dos Santos, V. M., Manjon Mazoca, C. E. ., Apoema Gomes de Souza, I. ., Honorato de Souza, A. G., Rocha dos Santos, C. do S., Pessoa Venâncio, D. W., & da Silva Jesus, J. (2024). ESTRATÉGIAS DE GEOCONSERVAÇÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS NO BAIXO RIO NEGRO: ABORDAGEM PRELIMINAR. REVISTA GEONORTE, 15(48). https://doi.org/10.21170/geonorte.2024.V.15.N.48.01.29