QUANDO FALAR É PERIGOSO
A RECONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS SUBTERRÂNEAS
DOI:
https://doi.org/10.38047/rct.v12.n01.2020.d3.p.66.90Palavras-chave:
Memórias, Silenciamento, História OralResumo
Este artigo apresenta parte das discusões desenvolvidas durante nossa tese de doutorado, que analisava as relações dialógicas presentes entre os acampamentos da Campanha “De pé no chão também se aprende a ler” e os moradores das comunidades que os receberam. A Campanha educacional foi desenvolvida em Natal/RN, entre 1961 e 1964, e encerrada por força do golpe militar que a considerou subversiva. Seus líderes foram indiciados e presos, o que fez com que fosse construído um imaginário de medo. Muitos de seus integrantes, professoras leigas, diretoras e diretores, alunos e alunas e mesmo os moradores das comunidades que receberam os acampamentos passaram anos em silêncio, evitando falar publicamente sobre a iniciativa. Suas memórias eram guardadas, silenciadas, enterradas junto com possíveis documentos, e apenas compartilhadas em pequenos grupos, junto à família, ou amigos. Com o passar dos anos essas memórias foram emergindo, e no cenário democrático elas puderam vir à tona novamente. Neste trabalho, nosso objetivo é apresentar o percurso que seguimos para retomar algumas dessas memórias presentes nas narrativas de sujeitos que viveram o cotidiano da Campanha e aceitaram dividir conosco, e alguns até já o tinham feito com outros pesquisadores, as reminiscências e ressignificações daqueles anos distantes.
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