O Museu do(s) Índio(s): a transplantação amazônica dos Mundurucu e povos Caribe para o Agreste paraibano
DOI:
https://doi.org/10.38047/rct.v16.FC.2024.di5.p.1.18Palavras-chave:
Indígenas amazônicos; Indígenas nordestinos; Museu do Índio.Resumo
O Museu do Índio, sediado no Convento de Santo Antônio na cidade de Lagoa Seca-PB, abriga uma importante coleção artística dos Munduruku e povos Karib, fundado pelos religiosos franciscanos em 1996. A sua existência se dá graças ao processo de territorialização ocorrida nos anos de 1906 e 1964 pelos missionários, do qual resulta na exposição de 1.200 peças. O presente estudo tem como objetivo fazer uma análise sobre os impactos causados pelo acervo na região, levando em consideração a existência de grupos indígenas no estado, cujo processo de emergência étnica se configura numa conflituosa construção identitária, levando em consideração a imagem estereotipada mantida por muitos, em contraposição à imagem de índio idílico, próprio da região amazônica. A discussão parte do pressuposto de que se tratando da luta dos grupos étnicos locais, que desprovidos de parte do seu território e de contrastividade cultural, devido sua situação de antigo contato, careça de um espaço no museu que evidencie a sua existência e luta, podendo, dessa forma, contribuir na visibilidade dos grupos locais.
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