Antropoceno, mineração e América Latina: da modernidade à transição energética
De la modernidad a la transición energética
DOI:
https://doi.org/10.38047/rct.v15.FC.2023.dha6.p.1.19Palavras-chave:
América Latina; Antropoceno; MineraçãoResumo
Nas últimas décadas, o crescente desequilíbrio metabólico do planeta Terra tem feito com que os efeitos da crise climática contemporânea se tornem cada vez mais visíveis. É à luz desse contexto que iremos refletir sobre a relação entre o Antropoceno, a mineração e a América Latina. Argumentamos que a mineração é o sustentáculo da lógica de desenvolvimento hegemônico sob o Antropoceno e, por isso, a América Latina, com sua riqueza mineral, é uma região vital para a intensificação, ou não, da possível nova era geológica. A partir da dialética dos tempos históricos (BRAUDEL, 1976), nosso recorte temporal estabelece diálogos entre a longa duração, isto é, o período definido como Antropoceno, e determinados episódios conjunturais que se deram em diferentes momentos ao longo dos anos, a fim de apresentar uma breve visão panorâmica capaz de evidenciar o caráter histórico que permeia a relação entre a exploração mineral e a ocupação do território latino americano, representado aqui a partir de alguns espaços da região. Com esse intuito, discutiremos a modernidade colonial da mineração desenvolvida em Potosí, no século XVI, identificaremos o avanço e o impacto dessa atividade sobre a floresta amazônica nas últimas décadas e, por fim, mostraremos como as iniciativas de transição energética contemporâneas, devido à grande demanda de minerais específicos, colocam novamente a região como espaço de intensa disputa geopolítica.
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Referências
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