DA FRONTEIRA DO CRINGE AO MEMORÁVEL
OS (GEO)MEMES ENQUANTO POSSIBILIDADE PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA EM TURMAS DO ENSINO MÉDIO
DOI:
https://doi.org/10.21170/geonorte.2023.V.14.N.46.90.114Palavras-chave:
Memes; Memética; Ensino de Geografia.Resumo
Por muito tempo, o ensino de Geografia esteve atrelado a uma abordagem mnemônica, aqui entendida como cringe, pelo fato de gerar pouca ou nenhuma atratividade em relação aos saberes da disciplina, tornando a Geografia entediante e desarticulada com a realidade vivida dos estudantes. Trazendo essa discussão para a centralidade deste trabalho, tem-se como objetivo de ressignificar a construção de conhecimentos geográficos pelos estudantes ao se propor a aplicação de memes no Ensino de Geografia, recurso bastante presente em ambientes de redes sociais digitais e que é sustentado por ser uma linguagem multimodal. Assim, essa abordagem traz um olhar atento e compromissado com as diferentes formas de interação com o (ciber)espaço na contemporaneidade, especialmente entre os jovens das gerações Millenials e Z. Com esse intuito, a presente pesquisa, posterior ao levantamento teórico prévio sobre o uso de redes sociais como ferramentas educacionais e sobre práticas multiletradas, voltou-se a alcançar os resultados práticos onde foi realizada a aplicação dos memes geográficos junto às turmas de Segundo e Terceiro Anos do Ensino Médio do Colégio participante do projeto. Conclui-se que a pesquisa vislumbra garantir que a presença dos memes como recurso didático relevante a ser empregado pelos professores de Geografia no exercício de sua docência e para os estudantes que desejarem utilizá-los em seus estudos para uma aprendizagem geográfica efetiva e (me)memorável, isto é, a longo prazo, sendo tão relevante que se apresenta o termo “(geo)meme” como sendo qualquer representação memética, com vista a elucidar os saberes da ciência geográfica.
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