EVENTOS EXTREMOS DE TEMPERATURA DO AR E DOENÇAS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM MANAUS/AM

Autores

  • Beatriz Lima Universidade Federal Do Amazonas (UFAM)
  • Natacha Cíntia Regina Aleixo UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

DOI:

https://doi.org/10.21170/geonorte.2023.V.14.N.43.78.96

Palavras-chave:

Extremos térmicos; Doenças Respiratórias; Doenças Circulatórias

Resumo

O objetivo da pesquisa foi analisar a influência dos extremos térmicos de temperatura do ar, associados às condições de vulnerabilidade social sobre a ocorrência das doenças cardiorrespiratórias em Manaus. Para isso, foram coletados dados de Temperatura Máxima e Mínima do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) dos anos de 1990 a 2020, bem como dados secundários das doenças circulatórias e respiratórias do período de 2008-2020, disponíveis no banco de dados online do Sistema Único de Saúde (DATASUS), estes foram tratados estatisticamente com técnicas descritivas. Os resultados mostraram que as doenças do aparelho circulatório apresentam uma sazonalidade no que se refere às internações, com 50,21% e 49,79% no período seco e chuvoso, respectivamente. De igual modo, as doenças respiratórias apresentam uma sazonalidade quando se trata das internações, sendo 52,81% no período chuvoso e 47,19% no período seco. Na análise diária de 2016-2020, notou-se que não há tanta diferença na sazonalidade das internações das doenças, principalmente nas respiratórias, enquanto que as circulatórias não possuem a sazonalidade bem definida. Quanto aos extremos de temperatura, o maior número de ocorrências concentrou-se no período seco, pôde-se constatar também que, as morbidades se correlacionaram de forma fraca, apesar da significância estatística com relação aos eventos extremos. A análise do indicador síntese de vulnerabilidade demonstrou as áreas que carecem de infraestrutura para a população, potencializando riscos no acometimento de diferentes patologias. A pesquisa realizada foi importante para evidenciar os aspectos têmporo-espaciais dos eventos extremos térmicos e doenças em Manaus e seus resultados tem potencial para subsidiar políticas públicas.

Referências

ALEIXO, N. C. R. Pelas lentes da climatologia e da saúde pública: doenças hídricas e respiratórias na cidade de Ribeirão Preto/SP. 2012. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2012.

ALEIXO, N.C.R. Temos nosso próprio tempo: Desafios e perspectivas da construção social e cultural do clima na Amazônia. In.: SANT ́ANNA NETO, João Lima (org.). Clima, Sociedade e Território. Jundiaí: Paco Editorial, no prelo, 2020.

AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertand Brasil, 1996.

COI, N. B.; NEDEL, A. S.; NASCIMENTO, A. L. Impactos â saúde ocasionados por ondas de calor, nas cidades de Begé, Iraí e Porto Alegre – RS. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMETEOROLOGIA, 7., 2017, Jaboticabal. Anais [...]. Jaboticabal: UNESP, 2017. Disponível em: s://cbbiomet.figshare.com/articles/journal_contribution/Impactos_sa_de_ocasionados_por_ondas_de_calor_nas_cidades_de_Bag_Ira_e_Porto_Alegre_-_RS/5181235/1. Acesso em: 01/02/2022.

FANTE, K. P. Eventos extremos de temperatura e seus impactos no conforto térmico humano: estudo de caso em Presidente Prudente, Brasil, na perspectiva da geografia do clima. 2019. Tese (Doutorado em Geografia). Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2019.

MANDÚ et al. Avaliação de tendências nas ondas de calor registradas em Manaus/AM, Brasil. Revista Brasileira de Climatologia. Paraná, ano 16, v. 27, p. 405-425, jul./dez. 2020.

MARANDOLA JUNIOR, E.; HOGAN, D. J. Vulnerabilidade do lugar vs. vulnerabilidade sociodemográfica: Implicações metodológicas de uma velha questão. Revista Brasileira de Estudos de População, vol. 26, n. 2, p. 161-181, jul/dez. 2009.

MENDONÇA, Francisco.; DANNI-OLIVEIRA, Inês Moresco. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2007.

MONTEIRO, C. A. F. Teoria e clima urbano. Série teses e monografias, nº 25. São Paulo: Instituto de geografia/USP, 1996.

MURARA, P. G. S. Variabilidade climática e doenças circulatórias e respiratórias em Florianópolis (SC): uma contribuição à climatologia médica. 2012. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, 2012.

REIS, C. C. Ondas de calor no município de Coimbra: a importância da vulnerabilidade. 2019. Dissertação (Mestrado em dinâmicas sociais, riscos naturais e tecnológicos). Universidade de Coimbra, Coimbra, 2019.

TORTARA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: fundamentos da anatomia humana. 10. ed. São Paulo: Artmed, 2017.

WHO. World Health Organization. Climate risk country profile: Brazil. 2021 Disponível em: https://climateknowledgeportal.worldbank.org/sites/default/files/2021-07/15915-WB_Brazil%20Country%20Profile-WEB.pdf. Acesso em: 10/01/2022.

Downloads

Publicado

2023-05-11

Como Citar

Lima, B., & Aleixo, N. C. R. (2023). EVENTOS EXTREMOS DE TEMPERATURA DO AR E DOENÇAS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM MANAUS/AM. REVISTA GEONORTE, 14(43). https://doi.org/10.21170/geonorte.2023.V.14.N.43.78.96