I Seminário Amazônia em Questão e a Questão da Amazônia
“Povos e Comunidades Tradicionais da Amazônia: Diversidades, Lutas Sociais e Resistência”
Abstract
Nos dias 09 e 10 de fevereiro de 2023, no auditório do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ/UFAM) – realizou-se o I Seminário “Amazônia em Questão e a Questão da Amazônia”, que, em sua primeira versão, privilegiou a escolha do tema “Povos e Comunidades Tradicionais da Amazônia: diversidades, lutas sociais e resistência”. Falar de Amazônia é constatar sua diversidade biológica e de recursos naturais, mas, sobretudo, discutir sua pluralidade e heterogeneidade sociocultural que lhe é peculiar (indígenas, caboclos, pescadores artesanais, os remanescentes de comunidades de quilombos, camaroeiras, os seringueiros e muitos outros grupos). Categorias como “comunidades”, “povos”, “culturas”, acompanhadas de adjetivos como “tradicionais” têm agrupado tais segmentos sociais. As referidas categorias se constituem por um leque de grupos sociais nomeados pelas atividades exercidas, nomeações essas permeadas de ambiguidades, já que pouco dizem sobre os sistemas de representação que os unem e sobre as orientações de suas ações políticas (CASTRO, 1997). No dizer de Paul Little (2002) tal classificação é problemática porque não esclarece as especificidades de cada um desses grupos humanos, agravando-se ainda mais quando, nos processos de ocupação e afirmação territorial do Estado, esses grupos têm suas territorialidades pouco conhecidas ou reconhecidas. Outra concepção é de que as populações tradicionais apresentam características que as diferenciam, e muito, das populações típicas dos meios urbanos maiores e mais industrializados: possuem conhecimento profundo da natureza e de seus ciclos, que se reflete na elaboração de estratégias de uso e manejo dos recursos naturais, os quais são os mantenedores de seu modo particular de vida; suas atividades econômicas, sociais e culturais se caracterizam pela forte dependência em relação à natureza e restringem, por conta do uso de tecnologia relativamente simples, o impacto sobre o ambiente; têm como base importante a unidade familiar, doméstica ou comunal e as relações de parentesco ou de compadrio (DIEGUES, 1996). É neste sentido que a proposta do Seminário foi criar uma ambiência que propiciasse um diálogo interdisciplinar na cidade de Parintins/A, mas também promovesse e assumisse a versão histórica de que os povos e comunidades tradicionais possuem importância inegável no processo histórico de ocupação e formação da Amazônia e na conservação do meio ambiente. Mas também mostrar que seus direitos fundamentais têm sido constantemente ameaçados, invisibilizados e precarizados diante da dinâmica da lógica do capital e da instalação de grandes empreendimentos (como rodovias, ferrovias, usinas hidrelétricas e linhões, mineração, agroindústrias e exploração de recursos naturais para implementação de grandes projetos). Na programação do evento desenvolveram-se palestras, mesa redonda, minicursos, grupo de trabalho (GT) - com apresentação de trabalhos científicos - e programação cultural. COORDENAÇÃO GERAL. DO EVENTO: Prof. Patrício Azevedo Ribeiro Prof. Adelson da Costa Fernando Profa. Sandra Damasceno da Rocha APOIO TÉCNICO: Renan Jorge Souza da MotaDownloads
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