Revista Eletrônica Mutações https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem <p style="text-align: justify;"><strong>A Revista Eletrônica Mutações (RELEM)</strong> é um periódico científico-tecnológico semestral (com publicação de edições especiais e suplementares) ligado à <strong>Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos - NEPAM/UFAM: </strong><a title="http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/42719" href="http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/42719">http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/42719</a><strong>; </strong>ao <strong>Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão Trabalho, Saúde e Serviço Social - NEPTRASS/UFAM:</strong> <a title="http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/776462" href="http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/776462">http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/776462</a> <strong>e ao Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). </strong>Reúne trabalhos inéditos relacionados à cultura, linguagem e espacialidade. As edições se constituem na forma de dossiês temáticos (artigos científicos, resenhas, reportagens, visualidades e entrevistas), com temas relacionados à linguagem (discursos e conteúdos), cultura (comunicação, mídia e cibercultura) e espacialidade (territorialidades, representações e espaços vividos). <strong>Tendo como propósito fomentar diálogos interdisciplinares</strong>, o periódico objetiva publicar textos que levam em consideração o fato dos ambientes sociais representarem modelos políticos e econômicos e, portanto, expressarem lutas e conflitos disseminados no cotidiano.</p> <p style="text-align: justify;">A Revista Eletrônica Mutações (ISSN Eletrônico 2178-7018) foi classificada pelo Sistema Qualis-Periódico da CAPES no Quadriênio 2017/2020 e apresenta o <em><strong>QUALIS CAPES: B3 (Comunicação e Informação, Engenharias III, Interdisciplinar, Linguística e Literatura, Serviço Social e Sociologia.</strong></em></p> <p style="text-align: justify;">No Quadriênio 2014/2016, no estrato B4 nas áreas de Geografia, Interdisciplinar e Planejamento Urbano e Regional / Demografia, no estrato B5 na área de Ciências Ambientais, Comunicação e Informação, Psicologia, Sociologia e no estrato C na área de Linguística e Literatura.</p> <p style="text-align: justify;"><em><strong>Está em processo de revisão da política editorial de modo a ampliar o espectro de alcance científico.</strong></em></p> Universidade Federal do Amazonas pt-BR Revista Eletrônica Mutações 2178-7018 Ensino remoto na perspectiva da criatividade https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem/article/view/12175 <p>No período pandêmico, o ensino remoto emergencial se apresentou como um desafio no território da educação básica brasileira. O presente artigo objetiva-se refletir acerca dos desafios e possibilidades de um ensino remoto a luz da criatividade, na tentativa de abrir brechas no pensamento simplificador a partir do diálogo recursivos. O artigo parte da inquietação: De que maneira as epistemologias da criatividade possibilita uma pratica pedagógica remota para além das lentes simplificadoras e fragmentadoras do ensino tradicional? A pesquisa foi trilhada a partir de uma pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, onde os resultados demonstram que no contexto pandêmico, os professores em sua prática pedagógica remota, apresentaram dificuldades em romper com a simplificação e fragmentação no processo de construção do conhecimento. As leituras bibliográficas apontaram novas possibilidades para a pratica pedagógica a partir da criatividade contribuindo assim para um bem comum.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Ensino Remoto; Criatividade; Pandemia.</p> <p class="western"> </p> <p><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Referências </strong></span></span></p> <p> </p> <p class="western" align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Brasil; Parecer MEC n. 05/2020 – </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Dispõe sobre a </strong></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>reorganização do Calendário </strong></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da Pandemia da COVID-19</span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">, Brasília, 2020.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">FRANCO, M. A. R. S. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Prática pedagógica e docência</strong></span><span style="font-size: medium;">: um olhar a partir da epistemologia do conceito. </span><span style="font-size: medium;">Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos</span><span style="font-size: medium;"> (on-line), Brasília, v. 97, n. 247, p. 534-551, set./dez. 2016.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">GUILFORD, R. D. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Creatividad y educación</strong></span><span style="font-size: medium;">, Buenos Aires: Paidós, Strom 1978.</span></span></p> <p align="justify"> </p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MAGALHAES, S. M. O.; SOUZA, R. C. C. R. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Formação de professores: elos da dimensão complexa e transdisciplinar</strong></span><span style="font-size: medium;">. Goiânia: ED. da PUC Goiás, Liber, 2012.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MACHADO, Nilson Jose. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Educação: projetos e valores</strong></span><span style="font-size: medium;">. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MORAES, M. C. <strong>Da ontologia e epistemologia complexa à metodologia transdisciplinar. Revista Terceiro Incluído</strong>. Goiânia, GO, v.5, n.1, p. 1-19, jan./jun., 2015a. Dossiê ECOTRANSD: Ecologia dos saberes e Transdisciplinaridade. Disponível em: &lt;http://www.revistas.ufg.br/index.php/teri/issue/view/1593/showToc&gt;. Acesso em: 11 mar. 2021.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MORAES, M. C. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Ecologia dos saberes</strong></span><span style="font-size: medium;">: complexidade, transdisciplinaridade e educação: novos fundamentos para iluminar novas práticas educacionais. São Paulo: Antakarana; WHH – Willis Harman House, 2008.</span></span></p> <p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Bookman Old Style, serif;"><span style="font-size: medium;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;">Morin, Edgar. </span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><strong>Ciência com consciência</strong></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;">; tradução de Maria </span></span></span></span></p> <p align="justify"><span style="color: #000000;"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">D. Alexandre e Maria Alice Sampaio Dória. 8º ed. - Rio de Janeiro: Bertrand </span></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">Brasil, 2005.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MORIN, E. </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Os sete saberes necessários à educação do futuro</strong></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">. São Paulo: Cortez: Brasília, UNESCO, 2011.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">MORIN, Edgar. </span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;"><strong>Introdução ao pensamento complexo</strong></span></span><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">; tradução Eliane Lisboa. 5.ed. Porto Alegre: Sulina, 2015.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">PINHO, Maria José. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Políticas de formação de professores: Intenção e realidade</strong></span><span style="font-size: medium;">. Goiânia: Editora Cânone, 2007.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">TORRANCE, E. P. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Implicacion es educativas de la creatividad</strong></span><span style="font-size: medium;">. Salamanca: Anaya,1976.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">TORRE, S. de La. Criatividade aplicada: recursos para uma formação criativa. Tradução de WIT Languages. São Paulo: Madras, 2008.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">TORRE, S. de La. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Dialogando com a criatividade</strong></span><span style="font-size: medium;">. Tradução de Cristina Mendes Rodriguez. São Paulo: Madras, 2005.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">DARROW, F.; Allen, R. V. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Actividades para el aprendizaje creador</strong></span><span style="font-size: medium;">. Buenos Aires: Paiós,1965.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="font-size: medium;">CERIONI, Clara. </span><span style="font-size: medium;"><strong>Coronavírus tirou 1,5 bilhão de alunos das salas de aula em todo o mundo</strong></span><span style="font-size: medium;">. EXAME</span><span style="font-size: medium;"><strong>,</strong></span> <span style="font-size: medium;">24 maio. 2020. Disponível em: <a title="https://exame.com/mundo/coronavirus-tira-15-bilhao-de-alunos-das-salas-de-aula-em-todo-o-mundo" href="https://exame.com/mundo/coronavirus-tira-15-bilhao-de-alunos-das-salas-de-aula-em-todo-o-mundo">https://exame.com/mundo/coronavirus-tira-15-bilhao-de-alunos-das-salas-de-aula-em-todo-o-mundo</a>. Acesso em: 07 mar. 2021.</span></span></p> <p align="justify"><span style="font-family: Times New Roman, serif;"><span style="color: #0000ff;"><u><a href="https://www.extraclasse.org.br/educacao/2021/04/a-pandemia-agravou-o-que-ja-era-um-drama-na-educacao-basica/" target="_top"><span style="font-size: medium;">https://www.extraclasse.org.br/educacao/2021/04/a-pandemia-agravou-o-que-ja-era-um-drama-na-educacao-basica/</span></a></u></span><span style="font-size: medium;"> Acesso em: 07 fev. 2023.</span></span></p> Marina Carla da Queiroz Maria José de Pinho Copyright (c) 2023 Revista Eletrônica Mutações - RELEM https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR 2024-01-15 2024-01-15 16 27 18 31 Políticas Curriculares do Ensino Básico em Moçambique https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem/article/view/13120 <p>A Primeira República preocupou-se com agenda cultural do povo moçambicano através da educação, respeitando sempre o intercâmbio com outros povos, sem perder de vista a identidade nacional. Para isso, ficou discutido e decidido, de forma consensual, que todos deveriam ser responsáveis e vigilantes na construção e implementação de uma filosofia de vida que se pretendia construir em Moçambique e que a educação foi vista como uma prioridade para a materialização desse “sonho”. Portanto, com a modernização do Estado influenciado pela globalização houve crise de valores, hábitos e costumes locais nos centros de formação tanto na sociedade em geral. Assim, com vista revitalização de valores sócio-culturais posto em crise pela globalização, principalmente, no Ensino Básico, propõe-se um modelo curricular baseado em inteligência social, isto é, uma aprendizagem ancorada em saberes, valores, hábitos e costumes locais. A partir da fundamentação teórica de Tapia (2006) propôs-se a aprendizagem solidária, de inspiração progressista, como alternativa ao modelo curricular do Ensino Básico em Moçambique.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Cultura; Ensino Básico e Aprendizagem Solidária</p> <p><strong>Referências</strong></p> <p>Eisner, E. (1985). <em>The educational imagination. On the design and evaluation of school Programs</em>. New York: Macmillan. </p> <p>Freire, P. (1985). <em>Pedagogia do Oprimido</em>. São Paulo: Editora Paz e Terra. </p> <p>Freire, P. (2000). <em>Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa</em>.15ª ed.</p> <p>Kolb, D. A. (1984). Experiential Learning: experience as the source of learning and development.<em>ResearchGate</em>.<a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process">http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process</a><a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">-</a><a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">of</a><a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">-</a><a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">experiential</a><a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">-</a>l<a href="http://www.learningfromexperience.com/images/uploads/process-of-experiential-learning.pdf">earning.pdf</a></p> <p>Leyser, K.D. S. (2018). <em>Educação Integral e Educação Comparada.</em>Indaial: UNIASSELVI. </p> <p>Litsure, H. F. (2020). <em>A identidade Tsonga-Changana no contexto da Identidade Nacional Moçambicana: construção e representação</em>. (tese de doutoramento). Instituto Superior de Ciências Socias e Políticas – Universidade de Lisboa. </p> <p>Mabota, A. S. (2019). <em>Ubuntu, uma Possibilidade de Alternativa ao Neoliberalismo como Fundamento das Relações Norte-Sul</em>. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho, Instituto de Letras e Ciências Humanas.259 pps. </p> <p>Masolo, D. (2009). Filosofia e Conhecimento Indígena: uma perspectiva africana. In: Souza</p> <p>Santos, Boaventura; Meneses, Maria Paula (Org.) <em>Epistemologias do Sul</em>. PP. 507-530. Coimbra: edições Almeidas. </p> <p>Matos, N. (2008). Uma universidade Local, ajustada as realidades e às opções de desenvolvimento do País. In (org). <em>África-Europa: cooperação académica</em>. (pp. 17- 41). Fundação Friedrich Ebert. </p> <p>Mayembe, N. (2016). <em>Reforma Educativa em Angola: a monodocência no ensino primário em Cabinda. </em>(Tese de doutoramento). Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. </p> <p>MINEDH &amp; UNESCO (2019). Revisão de Políticas Educacionais- Moçambique</p> <p>Niquisse, A. F. (2017). Currículo do Ensino Básico e Educação para a Cidadania: Enfrentando as vicissitudes actuais, garantindo a sobrevivência da sociedade moçambicana. <em>RECH- Revista Ensino de ciências e Humanidade – Cidadania, Diversidade e Bem-Estar</em>. ISSN 0000-0000 ONLINE,p.169-185.Disponívelem<a href="http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/tosi/tosi_naza_oqe_educ_cidadania.">www.dhnet.org.br/direitos/militantes/tosi/tosi_naza_oqe_educ_cidadania.</a><a href="http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/tosi/tosi_naza_oqe_educ_cidadania.pdf"><strong>pdf</strong></a></p> <p>Resch, K. &amp;Knapp, M. (2020). <em>Aprendizagem em Serviço: um manual para o ensino superior</em>. Resultado do projecto ENGAGE STUDENTS. Disponível via:<a href="https://www.engagestudents.eu/wp">https://www.engagestudents.eu/wp</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">-</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">content/uploads/2021/12/IO3</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">-</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">Workbook</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">-</a><a href="https://www.engagestudents.eu/wp-content/uploads/2021/12/IO3-Workbook-PT.pdf">PT.pdf</a></p> <p>São Paulo: editora Paz e Terra. </p> <p>Tapia, María Nieves. <em>Aprendizaje y Servicio Solidario en el sistema Educativo y las organizaciones juveniles. </em>Buenos Aires, CiudadNueva, 2006.</p> Fernando André Muzime Octavio Zimbico Copyright (c) 2024 Revista Eletrônica Mutações 2024-01-15 2024-01-15 16 27 32 46 O que não se confessa? https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem/article/view/13761 <p>O presente ensaio aborda o tema da sexualidade no sistema socioeducativo, a partir do reconhecimento da importância dos direitos sexuais e reprodutivos de adolescentes e, em especial, de adolescentes em conflito com a lei. O pano de fundo motivador da escrita foi a suspensão da visita íntima no sistema socioeducativo capixaba, no ano de 2022, o que desvelou o grande desafio e a enorme dificuldade de garantir de forma responsável e cuidadosa esses direitos a essa população. O maior desafio ainda é compreender que estamos falando de direitos humanos e que adolescentes precisam ser apoiados e compreendidos, e não julgados, em razão de sua sexualidade.</p> <p><strong>Palavras-chave:</strong> Sexualidade; Socioeducação; Adolescentes.</p> <p><strong>Referências</strong></p> <p>BRASIL. <strong>Constituição da República Federativa do Brasil.</strong> Brasília, DF, 1988.</p> <p>_____.<strong> Lei n° 8.069, de 13 de julho de 1990</strong>. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 1990.</p> <p>_____. <strong>Lei nº </strong><strong>Lei 9.278, de 10 de maio de 1996.</strong> Lei da União Estável. Regula o §3° do artigo 226 da Constituição Federal. Brasília, DF, 1996.</p> <p>_____. <strong>Resolução CONANDA nº 119/2006, de 11 de dezembro de 2006.</strong> Dispõe sobre o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e dá outras providências. Brasília, DF, 2006.</p> <p>_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Área de Saúde do Adolescente e do Jovem. <strong>Marco legal: </strong>saúde, um direito dos adolescentes. Brasília, DF, 2007.</p> <p>______. Ministério da Saúde. <strong>Cadernos da Atenção Básica:</strong> Saúde sexual e saúde reprodutiva. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília, DF, 2010.</p> <p>______. <strong>Lei 12.594, de 18 de janeiro de 2012</strong>. Lei do Sinase. Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e dá outras providências. Brasília, DF, 2012.</p> <p>______. Ministério da Saúde. <strong>Proteger e Cuidar da Saúde dos Adolescentes</strong>. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Brasília, DF, 2018.</p> <p>CNJ. Conselho Nacional de Justiça. <strong>Resolução Nº 165 de 16/11/2012</strong>. Dispõe sobre normas gerais para o atendimento, pelo Poder Judiciário, ao adolescente em conflito com a lei no âmbito da internação provisória e do cumprimento das medidas socioeducativas. Disponível em <a href="https://atos.cnj.jus.br/files/compilado170920202007095f074f40097c0.pdf">https://atos.cnj.jus.br/files/compilado170920202007095f074f40097c0.pdf</a> acesso em 01 nov. 2023.</p> <p>FOUCAULT, Michel. <strong>Vigiar e punir:</strong> nascimento da prisão. Petrópolis, Vozes, 1987.</p> <p>FREUD, Sigmund. (1905). Três ensaios sobre a teoria da sexualidade. In: <strong>Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud </strong>(J. Salomão, Trad, Vol. 7, pp. 128-231) Rio de Janeiro: Imago, 1996.</p> <p>FREUD, Sigmund. O Inconsciente. In: <strong>Edição standard das obras completas de Sigmund Freud.</strong> (Jayme Salomão, trad., v. 14, p. 191-248). Rio de Janeiro: Imago, 1975.</p> <p>GARCIA, Aline Monteiro; GONÇALVES, Hebe Signorini. Sexualidade na Medida Socioeducativa de Internação: traçando Pistas por uma Revisão da Literatura. In: <strong>Psicologia: Ciência e Profissão, v. 39, 2019</strong>. Disponível em: <a href="https://www.scielo.br/j/pcp/a/tRSSYdNgzVdTbtxhqJ5Tspv/">https://www.scielo.br/j/pcp/a/tRSSYdNgzVdTbtxhqJ5Tspv/#</a>. Acesso em: 20 jul. 2023.</p> <p>GONÇALVES, Bruna Vasconcelos. <strong>As garotas (des)Amélias</strong>: acolhimento institucional e sexualidade. Dissertação. Universidade Federal de Sergipe. Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2014. Disponível em: <a href="https://ri.ufs.br/handle/riufs/5956">https://ri.ufs.br/handle/riufs/5956</a>. Acesso em 14 set. 2023.</p> <p>IASES. Instituto de Atendimento Socioeducativo do Estado do Espírito Santo. <strong>Observatório da Socioeducação.</strong> Dados retirados do sítio oficial do IASES: <a href="https://iases.es.gov.br/observatorio-digital-da-socioeducacao/em-cumprimento-de-programa-MSE">https://iases.es.gov.br/observatorio-digital-da-socioeducacao/em-cumprimento-de-programa-MSE</a>. Acesso em 09 mar. 2023.</p> <p>JIMENEZ, Luciene; ASSIS, Daniel Adolpho Daltin Assis; NEVES, Ronaldo Gomes. Direitos sexuais e reprodutivos de crianças e adolescentes: desafios para as políticas de saúde. In: <strong>SAÚDE DEBATE, Rio de Janeiro, v. 39, n. 107,</strong> 2015. Disponível em <a href="https://www.scielo.br/j/sdeb/a/XtYsJQ5kp7khLw4smQdZCdx/?lang=pt">https://www.scielo.br/j/sdeb/a/XtYsJQ5kp7khLw4smQdZCdx/?lang=pt#</a>. Acesso em 27 jul. 2023.</p> <p>MATTAR, Laura Davis. Exercício da sexualidade por adolescentes em ambientes de privação de liberdade. In:<strong> Cadernos de Pesquisa, v. 38, n. 133.</strong> Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2008. Disponível em<a href="https://www.scielo.br/j/cp/a/yQVSphMKG3nfTyJcwBBxk6x/?lang=pt"> https://www.scielo.br/j/cp/a/yQVSphMKG3nfTyJcwBBxk6x/?lang=pt#</a>. Acesso em 10 out. 2023.</p> <p>MPES. Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Vitória. <strong>Notificação Recomendatória 5ª PIVT número 09/2022</strong>, de 12 de dezembro de 2022.</p> <p>ONU. <strong>Convenção sobre os Direitos da Criança.</strong> Assembleia Geral da ONU em 20 de novembro de 1989. Disponível em <a href="https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca">https://www.unicef.org/brazil/convencao-sobre-os-direitos-da-crianca</a> Acesso em 26 set 2023.</p> <p>______. <strong>Conferência do Cairo.</strong> Cairo, 1995. Disponível em: <a href="http://www.unfpa.org.br/Arquivos/conferencia.pdf">http://www.unfpa.org.br/Arquivos/conferencia.pdf</a> - Acesso em 10 mai. 2023.</p> <p>PEQUIM.<strong> Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial sobre a Mulher</strong>. Pequim, 1995. Disponível em <a href="https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf">https://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2013/03/declaracao_beijing.pdf</a> Acesso em 15 set. 2023.</p> <p>PORGE, Érik.<strong> Psicanálise e tempo</strong>: o tempo lógico de Lacan. Rio de Janeiro: Campo Matêmico, 1994.</p> Joseane Duarte Ouro Alves Thiago de Sousa Freitas Lima Copyright (c) 2023 Revista Eletrônica Mutações - RELEM https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR 2024-01-15 2024-01-15 16 27 5 17 Direito, Justiça e Prisão https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem/article/view/13321 <p>No presente estudo buscaremos explorar a relação entre Justiça e Prisão, decorrentes dos esforços de pesquisa para a elaboração da nossa dissertação de mestrado<a href="#_ftn1" name="_ftnref1">[1]</a>, considerando, para tanto, os elementos constituintes do Estado capitalista, da Justiça e do Direito que perpassam o Estado brasileiro e o poder punitivo imposto por este, sendo a prisão de seres humanos, além de fonte irrefutável da materialização do poder punitivo, fator de recrudescimento das violações de direitos humanos reiteradas e naturalizadas no contexto contemporâneo brasileiro, ainda que estejamos vivenciando um Estado que se diz Democrático e de Direito. Nesse âmbito, a problematização das categorias acima assinaladas se efetivará a partir da compreensão de que as relações estabelecidas entre Direito, Justiça e Prisão são, de forma contundente, expressões máximas da luta de classes que se estabelece no cenário contemporâneo brasileiro, de acirramento da atuação do Poder Judiciário enquanto, na visão simplista e a-crítica, o motor da justiça e da promoção de direitos.</p> <p><strong>Palavras-chaves:</strong> Estado de Polícia; Luta de classes; Direito; Justiça; Prisão.</p> <p><strong>Referências</strong></p> <p>ANITUA, Gabriel Ignácio. <strong>Histórias dos pensamentos criminológicos.</strong> Rio de Janeiro: Revan, 2008.</p> <p>ANYAR, Lola de Castro. <strong>Criminologia da Reação Social.</strong> Rio de Janeiro: Forense, 1993.</p> <p>BARATTA, Alessandro. <strong>Criminologia Crítica e crítica do direito penal – Introdução à sociologia do direito penal</strong>, 6ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 2013.</p> <p>BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, E. Raul; ALAGIA, Alejandro; SLOKAR, Alejandro. <strong>Direito Penal Brasileiro: primeiro volume – Teoria Geral do Direito Penal</strong>. Rio de Janeiro: Revan, 2003.</p> <p>BITENCOURT, Cezar Roberto. <strong>Falência da pena de prisão: causas e alternativas</strong>, 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.</p> <p>BRASIL. [<strong>Constituição</strong> (1988)]. <strong>Constituição</strong> <strong>da República Federativa do Brasil</strong>: promulgada em 5 de outubro de 1988.</p> <p>BRASIL, Supremo Tribunal Federal (STF), Relator Ministro Marco Aurélio. <strong>ADPF 347</strong>. 2016. Disponível em: <a href="https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search?classeNumeroIncidente=%22ADPF%20347%22&amp;b">https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search?classeNumeroIncidente=%22ADPF%20347%22&amp;b</a>=. Acesso em 15 jan 2024.</p> <p>BRAGA, Ruy; ANTUNES, Ricardo (ORG). <strong>Infoproletários: degradação real do trabalho virtual.</strong> São Paulo: Boitempo, 2009.</p> <p>BUENO, Cibelle Dória da Cunha. <strong>Justiça, Prisão e Criminalização midiática no Brasil.</strong> São Paulo: Editora Dialética, 2021.</p> <p>BUENO, Cibelle Dória da Cunha. <strong>Justiça, prisão e criminalização midiática no Brasil.</strong> Dissertação (Mestrado em Serviço Social, Trabalho e Questão Social) – Centro de Estudos Sociais Aplicados, Universidade Estadual do Ceará, p.221, 2020. Disponível em <a href="https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95980">https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95980</a>. Acesso em: 06 de maio de 2021. </p> <p>BUSSINGER, Vanda Valadão. <strong>Fundamentos dos Direitos Humanos.</strong> In: Revista Serviço social e Sociedade, n.53, Ano XVIII, mar., 1997, p.9-45.</p> <p>COUTO, Berenice Rojas. <strong>O direito social e a Assistência Social na sociedade brasileira: uma equação possível?.</strong> 3 ed. São Paulo: Cortez, 2012.</p> <p>DARDOT, P.; LAVAL, C.. <strong>A nova razão do mundo</strong>, : ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Editora Boitempo, 2016. 402p.p.</p> <p>DUTRA, Izaac. <strong>Sociedade, poder punitivo e direito penal.</strong> São Paulo: Página 8 Comunicação, 2015.</p> <p>FOUCAULT, Michel. <strong>Microfísica do Poder</strong>. Rio de Janeiro: Graal, 1992.</p> <p>HERKENHOFF, João Baptista. <strong>Para onde vai o Direito?: reflexões sobre o papel do Direito e do Jurista</strong>, 3 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.</p> <p>KARAM, Maria Lúcia. <strong>A esquerda punitiva</strong>. Revista discursos sediciosos – crime, direito e sociedade. Rio de Janeiro nº 1, ano 1, p. 79-92, jan/jun. 1996.</p> <p>MARX, Karl Heinrich. <strong>Manuscritos Econômico-Filosóficos</strong>. São Paulo: Martin Claret, 2006. </p> <p>MARX, Karl Heinrich. <strong>Crítica da Filosofia do Direito de Hegel.</strong> Tradução: Rubens Enderle e Leonardo de Deus, 2 ed. São Paulo: Boitempo, 2010.</p> <p>MARX, Karl Heinrich &amp; ENGELS, Friedrich. <strong>Ideologia Alemã</strong>. Tradução de Luciano Cavini Martorano, Nélio Scheneider e Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2007.</p> <p>MASCARO, A.L. <strong>Estado e forma política</strong>. São Paulo: Boitempo, 2013.</p> <p>NETO, Ranieri Mazzilli, <strong>Os</strong> <strong>caminhos do sistema penal</strong>, Rio de Janeiro: Revan, 2007.</p> <p>ONU. Organização das Nações Unidas. Assembleia Geral da ONU,1948. <strong>Declaração Universal dos Direitos Humanos</strong> (217 [III] A).Paris.</p> <p>PACHUKANIS, Evgeni B. <strong>Teoria geral do Direito Marxista</strong>. Tradução: Silvio Donizete Chagas. São Paulo: Editora Acadêmica, 1988.</p> <p>PIMENTA, Victor Martins. <strong>Por trás das</strong> <strong>grades: o encarceramento em massa no Brasil.</strong> Rio de Janeiro: Revan, 2018.</p> <p>RUSCHE, Georg &amp; KIRCHHEIMER, Otto. <strong>Punição e Estrutura Social</strong>; Tradução: Gizlene Neder. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1999.</p> <p>SEN, Amartya. <strong>A ideia de justiça.</strong> Tradução: Denise Bottmann e Ricardo Doninelli Mendes. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.</p> <p>SILVA, Enio Moraes. <strong>O Estado Democrático de Direito</strong>. In: Revista de Informação Legislativa, Brasília: Senado Federal, v.42, n.167, jul/set, 2005, p. 213 – 230.</p> <p>STANDING, Guy. <strong>O precariado: a nova classe perigosa. </strong>Tradução: Cristina Antunes, 1 ed. Belo Horizonte: Grupo Autêntica, 2014.</p> <p>STUCKA, Petr Ivanovich. <strong>Direito e Luta de Classes: Teoria Geral do Direito</strong>. São Paulo: Acadêmica, 1988.</p> <p>WACQUANT, Loic.. <strong>Loic Wacquant e a questão penal no capitalismo neoliberal. </strong>Vera Malaguti Batista (org.); Sérgio Lamarão: tradutor. Rio de Janeiro: Revan, 2012.</p> <p>ZAFFARONI, Raul Eugenio. <strong>O inimigo no direito penal.</strong> Tradução de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2ª ed, Pensamento Criminológico, n.14, 2007.</p> CIBELLE DORIA DA CUNHA BUENO Copyright (c) 2023 Revista Eletrônica Mutações - RELEM https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR 2024-01-16 2024-01-16 16 27 47 63 SOCIOJURÍDICO EM DEBATE https://periodicos.ufam.edu.br/index.php/relem/article/view/14383 <p>A área sociojurídica compreende a interação de múltiplos espaços socio-ocupacionais, a saber: Tribunais de Justiça, Ministério Público, Sistema Prisional, Defensorias Públicas, instituições de cumprimento de medida socioeducativa, instituições de acolhimento, dentre outros.</p> <p>Tratam-se de espaços em que diferentes sujeitos da classe trabalhadora, em seu cotidiano profissional, atuam e produzem conhecimento na interface com o Direito, tais como o Serviço Social, a Psicologia, a Sociologia, a Pedagogia e demais áreas.</p> <p>O cotidiano – esse <em>lócus</em> insuprimível de nossas vidas – suga-nos com preocupações do dia a dia, tais como trabalho, tempo, renda, família, estudos, amigos, violência urbana, dentre tantos outros aspectos que dão sustentação à reprodução da vida.</p> <p>Vale lembrar aqui que a reprodução da vida demanda análises, as quais somente são possíveis por meio da suspensão do cotidiano. Nesse sentido, torna-se imperativa a reflexão acerca dos últimos anos em que esta nação esteve sob os mandos e desmandos de um governo fascista e as repercussões deste, e também sob a vivência da pandemia de COVID-19, de modo a, sobretudo, decifrar os rebatimentos no tempo presente no âmbito do Sistema de Justiça.</p> <p>Nesta edição temática intitulada “Sociojurídico em Debate: tecituras entre a fetichização do Direito e o desvelamento do real”, propomos um convite, qual seja: provocá-los(as) a suspender o cotidiano para fazer o exercício fecundo de refletir e sistematizar acerca das experiências profissionais, da apresentação de pesquisas, análises, relatos de experiências e estudos de casos, a fim de capturar o movimento do real por meio das mediações.</p> <p>O Direito apresenta um importante aspecto socializante na contemporaneidade, de maneira a tornar premente problematizações quanto à ideia da “igualdade” – formal/abstrata – ou da concepção do “sujeito de direitos”, quando, em verdade, no cotidiano das instituições do Sistema de Justiça, são desveladas facetas da realidade concreta em que o direito, os direitos, chegam de forma muito desigual a homens, mulheres, crianças, idosos, negros(as), indígenas, população LGBTQIAP+, que buscam a efetivação de suas prerrogativas constitucionalmente reconhecidas, que os tornam sujeitos pelo direito, ou, sob os termos de Marx (2012), um direito da desigualdade.</p> <p>Para os profissionais que intervêm nesta interface com o Direito, as requisições postas encontram-se nos limites da própria razão de ser do Direito, enquanto complexo subordinado à esfera da economia. Em seu aspecto fetichizante, coloca-se como universal, homogeneizador, luta para regular o maior número possível de atividades do ser social, contudo, não ultrapassa a factualidade, portanto, não desvela a essência dos conflitos sociais. Neste sentido, move-se por polos contraditórios, alardeando a imparcialidade e a igualdade (formal e abstrata), persuade cumprindo sua função ideológica e, se necessário, usa da violência por meio do poder da força do Estado. Ao fim e ao cabo, cumpre sua função de ocultar as raízes, as desigualdades próprias da sociedade capitalista, ao atuar no sentido de realizar a manutenção do status quo, ao encobrir as determinações sociais e históricas dos conflitos sociais (LUKÁCS, 2013).</p> <p>Assim, o escopo do presente dossiê é contribuir com o incremento permanente das sistematizações dessa área, com o fito de ultrapassar a factualidade das demandas e a fetichização do Direito. Além disso, busca favorecer o debate sobre as complexidades e possibilidades da atuação interdisciplinar no Sistema de Justiça, com ênfase na “polaridade entre a proteção de direitos e a responsabilização civil ou criminal” (BORGIANNI, 2012, p. 167).</p> <p>Atuação esta que deve ser situada no chão das instituições que compõem o Sistema de Justiça, bem como na dureza do cotidiano profissional, no qual as intervenções são particularizadas, por profissionais, que podem dispor/dispõem de uma ética contrária e, não raro, inconciliável com os ditames da ordem. Ou seja, trata-se de uma especificidade do saber que se opõe ao viés controlador e fiscalizatório da vida das famílias/pessoas, que detém o poder de expressar, por meio de intervenções, informações, relatórios, laudos e pareceres, que a vida das famílias/pessoas está indelevelmente atravessada pelas determinações sociais e históricas.</p> <p>Neste sentido, desvelar tais determinações afirma saberes e práticas profissionais frente às requisições de intervenção que são de caráter conservador, patrimonialista, moralista, fiscalizatório e de ajustamento de comportamentos da população que recorre ao sociojurídico. Logo, a promoção da suspensão do cotidiano com a produção de conhecimento visa também ultrapassar a subordinação, um traço que pode marcar a atuação de profissionais que não são operadores do Direito no âmbito sociojurídico.</p> <p>Portanto, ratificamos no presente Dossiê da Revista Eletrônica Mutações (Relem) o convite para estimular reflexões e mediações sobre a interlocução com o Direito a partir do cotidiano deste diálogo. E, assim, com isso, movimentar as cadeias causais e os nexos constitutivos das profissões na proposição crítica e criativa de motivar análises da perspectiva da totalidade, subverter o conhecido, transcender o rotineiro e, quem sabe, trazer a conhecimento intervenções e análises que inspirem insurgências, levantes e alternativas ao já instituído<a name="_Toc92831599"></a>.</p> <p>Como ainda estamos em processo de revisão, e editoração, dos manuscritos submetidos para esta edição temática, convidamos nossos leitores(as) para apreciarem o artigo “O que não se confessa? sexualidade no sistema socioeducativo” de autoria de Alves &amp; Lima (2023), bem como com os manuscritos da seção ARTIGOS/MANUSCRITOS - TEMA LIVRE e das demais seções, com a expectativa em relação aos trabalhos que estarão dispostos ao longo dos meses de fevereiro e junho de 2024.</p> <p> </p> <p>Excelente leitura!</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong>Referências</strong></p> <p>BORGIANNI, Elisabete. Identidade e autonomia do trabalho do/a assistente social no campo sociojurídico. In: CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. <strong>II Seminário Nacional: o serviço social no campo sociojurídico na perspectiva da concretização de direitos</strong>. Brasília: CFESS, 2012. p. 164-176. Disponível em: <a href="https://periodicos.ufam.edu.br/arquivos/SEM_SS_SOCIOJURIDICO-CFESS.pdf"> www.cfess.org.br/arquivos/SEM_SS_SOCIOJURIDICO-CFESS.pdf</a>. Acesso em: 30 mai. 2023.</p> <p>LUKÁCS, György. <strong>Para uma ontologia do ser social II</strong>. São Paulo: Boitempo, 2013.</p> <p>MARX, Karl. <strong>Crítica do programa de Gotha</strong>. Tradução Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2012. (Coleção Marx &amp;amp; Engels).</p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> </strong></p> <p><strong> ASSESSORAS TÉCNICAS</strong></p> <p><strong> </strong>Edição v. 16, n. 27 (2023): DOSSIÊ: “SOCIOJURÍDICO EM DEBATE: tecituras entre a fetichização do Direito e o desvelamento do real”</p> <p><strong>Amanda Oliveira Paniagua</strong></p> <p>E-mail: amandaoliveirapaniagua@gmail.com</p> <p><strong>Ana Carolina Romero </strong></p> <p>E-mail: ac.romerobs@outlook.com</p> <p><strong>Camila Rodrigues Santos</strong></p> <p>E-mail: milarodrigues1996@yahoo.com</p> <p><strong>Camila Valim D'Ávila</strong></p> <p>E-mail: camila.valim475@gmail.com</p> <p><strong>Jéssica Silva dos Santos Pereira</strong></p> <p>E-mail: jessica.silvadsp@hotmail.com</p> Thais Felipe Silva dos Santos Viviane de Paula Guthemberg Cardoso Agra de Castro Copyright (c) 2023 Revista Eletrônica Mutações - RELEM https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR 2024-01-15 2024-01-15 16 27 1 4