Edições anteriores
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v. 8 (2024)
Dossiê 2024.1: “Justiça do Trabalho e História Social na Amazônia”
Dossiê 2024.2: "História Social das prisões e punições: projetos, trajetórias, experiências e controles"
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"MUNDOS DO TRABALHO: ASSOCIAÇÕES, LIDERANÇAS E GREVES NA AMAZÔNIA URBANA E RURAL"
v. 7 n. 2 (2023)Queridos leitores, é com grande satisfação que apresentamos o dossiê Mundos do Trabalho: associações, lideranças e greves na Amazônia urbana e rural.
A proposta do dossiê surgiu com o intuito de reunir estudos que refletissem sobre a organização dos trabalhadores, suas lideranças e seus movimentos paredistas no espaço amazônico, seja na cidade ou no campo e em dimensões e abordagens historiográficas variadas. Buscou agregar debates acerca da natureza e das particularidades das relações de trabalho na região, de como os trabalhadores se relacionavam entre si, com o espaço urbano e/ou rural e com outros setores da sociedade e poder público.
Entendemos que salientar a importância das categorias profissionais que movimentam e dinamizam a produção da riqueza (e que muitas vezes não compartilham dela) na Amazônia pretérita e presente é algo fundamental em função da ideia bastante propalada e equivocada, e que deve ser combatida, de que esta produção não ocorre pela ação do braço trabalhador (e sim pelo capital e/ou empregador).
Portanto, ressaltar as condições de trabalho e vida dos trabalhadores amazônicos, bem como suas lutas e conquistas, permitem visibilidade e compreensão das relações sociais e de trabalho estabelecidas, assim como a luta por cidadania.
O primeiro artigo do dossiê intitulado O lugar da racialização: sobre o associativismo marítimo de Manaus, 1905-1919, de Caio Julião Paião, focou nas experiências associativas dos marítimos, analisando como os processos de racialização, em grande medida, também se materializavam em hierarquização social, demonstrando que tais hierarquias não se davam apenas pelo viés de classe.
Já Betsy Bell Morais, no artigo Trabalhadores excluídos e trabalhadores grevistas sob a ótica do Commercio do Amazonas e Correio do Norte (Manaus, 1898-1911), tomou os respectivos jornais citados para, através deles, perscrutar os seus discursos e demonstrar como eles influenciavam pensamentos e comportamentos de diversos setores sociais em relação aos trabalhadores esquecidos e aos paredistas.
Na sequência, Luciano Everton Costa Teles, em artigo denominado A imprensa operária no Amazonas nos anos iniciais do século XX: caminho de pesquisa, debateu acerca da ligação dos trabalhadores com a imprensa, da relevância atribuída por eles a ela, enquanto ferramenta de comunicação e formação de opinião e consenso público, e de um possível caminho de pesquisa relacionando imprensa e espaço público.
Em seguida, temos o artigo A maldição da juta na Amazônia: história e memória de trabalhadores rurais de uma comunidade amazônica, de autoria de Everton Dorzane Vieira. Nele, o autor procurou, por intermédio da História Oral, utilizando entrevistas, examinar a história contada por ex-trabalhadores da juta entre os anos 1950-1980, suas experiências de trabalho e de vida.
Ainda considerando a juta, temos o artigo de Matheus Rodrigues chamado A Fabriljuta e os elementos que constituíram a sua instalação e funcionamento na cidade de Parintins entre 1960-1980. Neste texto o autor tratou de analisar o contexto histórico e econômico da implantação da fábrica Fabriljuta em Parintins e os impactos sociais e de produção da juta na região.
E, por fim, dispomos do artigo Compadrio e famílias escravas em Manicoré no século XIX (1868-1880), feito por Thaiza Colares Magalhães, que pretendeu investigar, utilizando como fonte os registros de batismo da Paróquia de Nossa Senhora das Dores, o sistema de compadrio arquitetado pelas famílias escravizadas na freguesia de Manicoré, interior do Amazonas, no contexto da economia da borracha.
São seis artigos que compõem o dossiê e que estabelecem importantes reflexões no campo do mundo do trabalho na Amazônia. Como é possível observar, os três primeiros artigos cronologicamente se situam nos anos finais do século XIX e iniciais do século XX, na Amazônia da Primeira República brasileira, e tomam a imprensa como fonte documental primordial na construção do conhecimento histórico.
Por outro lado, os dois artigos subsequentes, e que versam sobre a juta, localizam-se num recorte temporal mais recente, entre as décadas de 50 e 80 do século XX, e lançam mão da História Oral e documental. Por outro lado, o último artigo se fixa no século XIX e emprega como fonte os registros de batismo.
Além disso, os recortes geográficos (Manaus, Manicoré, Parintins, etc.) e os personagens no âmbito da Amazônia (Marítimos, gráficos, trabalhadores da juta, escravos, dentre outros) são diversificados. Da mesma forma que temos contemplados os espaços urbano e rural.
Dito isso, só temos a nos alegrar com o dossiê em tela e agradecer fortemente a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a sua realização – autores, pareceristas, editores, designers, dentre outros.
É sempre trabalho coletivo.
Desejamos a todos uma ótima leitura.
Organizadores:
Prof. Dr. Luciano Everton Costa Teles, CEST/UEA.
Prof. Me. Moisés Dias de Araújo, SEDUC/AM.
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"O PODER POLÍTICO: HISTÓRIA DOS PARTIDOS, ASSOCIAÇÕES E MOVIMENTOS NO BRASIL (SÉCULOS XX E XXI)"
v. 7 n. 1 (2023)A discussão sobre a atualidade do político na História e Historiografia já está superada. Há mais de duas década historiadores e historiadoras vem realizando pesquisas no campo da História Política seguindo uma recente tradição encabeçado por dois livros considerados clássicos: “Por uma História Política”, organizado por René Rémond, e “Por uma História do Político”, de Pierre Rosanvallon.
Nesse sentido, não se restringiu apenas a uma atualização do campo: observa-se uma ampla diversificação metodológica, de temas, questões, fontes. Fruto desse processo, vimos um amplo movimento surgir ao colocar em cena projetos e pesquisas que versam sobre uma História Política intrínseca com a formação nacional, ideológica, cultural e social. A partir desse deslocamento, conseguimos vislumbrar nas páginas historiográficas a trajetória de novos agentes, movimentos sociais, organizações coletivas, práticas sociais, culturas associativas, partidos e forças políticas (grupos parlamentares, clubes, sindicatos, entidades, facções etc.) que se organizavam de acordo com seus interesses, ideologias, articulações e relações em torno da classe, gênero, raça e etnicidade. Não sem motivos que as mais variadas fontes demonstram que a organização dos movimentos dos trabalhadores/as, negros/as e indígenas, das mulheres, dos imigrantes e das elites se estabeleceram como força motriz para o debate público sobre direitos sociais e políticos no século XX e XXI.
Períodos e temáticas bastante populares entre os historiadores vem sendo revisitadas a partir dessas atualizações teórico-metodológicas da História Política, à luz de novas fontes ou de documentação antes ignorada pelos pesquisadores. Por outro lado, se a História é a ciência dos homens no tempo, como nos ensinou Marc Bloch, ela – a História – reflete sobre a atualidade e volta ao passado para questionar esse presente.
O dossiê “O poder político: história dos partidos, associações e movimentos no Brasil (séculos XX e XXI)” comprova as duas afirmações acima. O período varguista, a breve experiência democrática de 1945 a 1964, a Ditadura militar instalada a partir de abril de 1964 e até os anos recentes do desastroso Governo Jair Bolsonaro são escrutinados ao longo de 14 artigos – e a grande quantidade de textos demonstra igualmente a vitalidade e atualidade do político entre historiadores.
Por exemplo: o integralismo e o movimento integralista são alvos diretos de quatro artigos, além de perpassa outros textos. Isso advém de pensarmos o Brasil atual, dos anos recentes, indo em busca das raízes da nossa extrema-direita, do nosso fascismo, dos usos da violência como ferramenta política, do corporativismo, o papel da mídia na disseminação de ideias autoritárias e na criação de um inimigo imaginário. As eleições também merecem destaque. Entender por meio de outras fontes o processo eleitoral, as escolhas e a impossibilidade da escolha, as alianças partidárias na nossa República, convergindo para um diálogo profundo entre as História Social e Política.
Em resumo, os artigos aqui selecionados expõem a atualidade da História Política e as possibilidades de pesquisa nesse campo; expõe principalmente um contínuo e renovado interesse de jovens pesquisadores, sobretudo das regiões Norte e Nordeste, pela temática.
Organizadores:
Prof. Dr. Anderson Vieira Moura
Profª. Msc. Kívia Mirrana Pereira
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"AS REPRESENTAÇÕES DA CAVALARIA MEDIEVAL NA HISTÓRIA DO OCIDENTE (SÉCULOS XI-XXI)"
v. 6 n. 2 (2022)A Cavalaria permanece como uma das imagens mais persistentes do imaginário ocidental. Seja em filmes, seriados ou videojogos de grande investimento e circulação, como peça central da ilusão de uma extrema direita saudosista (PACHÁ, 2020), ou ainda enquanto figura portadora de valores universais e de potencial revolucionário (LUCÍA MEGÍAS, 2008, p. 112-5), esse estrato da sociedade medieval, temporalmente tão distante, ao que parece ainda exerce grande fascínio entre nós.
Com efeito, a história das produções humanas voltadas à representação da Cavalaria é vasta e ultrapassa, em muito, as fronteiras da Idade Média tradicional. História essa que tem seu marco inicial em fins do século XI com as chamadas canções de gesta francesas, dentre as quais se destacam a Canção de Rolando e, no contexto ibérico, o Cantar de Mio Cid. Aproximadamente cinquenta anos depois, surgem os romances da chamada “Matéria de Bretanha”, que têm sua expressão máxima em Chrétien de Troyes, criador de textos tão relevantes quanto O Cavaleiro da Charrete (Lancelot) (c. 1174-81) e (c. 1175-81) e O Conto do Graal (Perceval) (c. 1179-91).
Nesse âmbito, também se destaca o nome de Robert de Boron, que para além da introdução da célebre personagem Merlin nas narrativas cavaleirescas, desenvolveu uma obra que inspirará, de maneira determinante, os chamados ciclo da Vulgata e da Pós- Vulgata. Tais textos manterão a pujança da literatura cavaleiresca no século XIII, igualmente atestada pelas inúmeras continuações do Graal de Chrétien de Troyes.
Exprimindo a força e o fascínio dos temas e dos personagens criados por esta literatura, até o final do período medieval, diversas adaptações dessas primeiras narrativas, além de novas composições, irão aparecer nas diversas línguas europeias, a exemplo da adaptação alemã do Erec e Enide, de Chrétien de Troyes, composta por Hartmann Von Aue e da composição inglesa Sir Gawain e o Cavaleiro Verde, para citar apenas duas dentre várias.
Entre os séculos XV e XVII vigoram, principalmente na Península Ibérica, os chamados “livros de cavalarias”. Gênero literário e editorial esse que, apesar de seu aparente anacronismo, não deixou de cativar os mais diversos públicos. Tendo como texto-fundador o Amadís de Gaula (1496), foi composto por múltiplos ciclos narrativos de grande extensão, e somou, apenas na Espanha, mais de 60 títulos impressos e, em Portugal, 5. Isso sem contar, é claro, com o expressivo número de textos manuscritos, alguns possivelmente ainda a serem descobertos.
Por fim, e sem esquecer o revival romântico do século XIX, haveria que se considerar, também, os produtos culturais mais recentes, como os seriados Game of Thrones (2015-2020) e Os anéis de Poder (2022), além das franquias de videojogos Souls (2009-presente) e Warcraft (1994-presente), apenas para citar alguns exemplos. Produzidos na esteira do que vem se denominando medievalismo (BERNS; JOHNSTON, 2014), é razoável assumir que tais megaproduções difundiram a imagem da Cavalaria em um nível jamais visto na história.
O presente dossiê, intitulado “As representações da Cavalaria medieval na história do Ocidente (séculos XI-XXI)”, reúne uma série de textos que buscam tratar de tal temática, a partir de diferentes recortes temporais, geográficos e teórico-metodológicos.
Organizadores:
Prof. Dr. Sínval Carlos Mello Gonçalves (PPGH/UFAM)
Prof. Dr. Átila Augusto Vilar de Almeida (UFAM)
Doutorando Caio Rodrigues Schechner (PPGH/UFF)
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“CARTOGRAFIAS DE TERRITORIALIDADES AMAZÔNICAS: INVISIBILIDADES E RESISTÊNCIAS”
v. 6 n. 1 (2022)Por muito tempo a arte e a autoridade de descrever o espaço foi exclusividade do Estado. A virada ocorre por meio de situações sociais, que ressaltam o periférico, o marginal e o fronteiriço (DELEUZE, 1988). E é assim que grupos e vozes tão diversos tem utilizado a cartografia, de maneira explícita pelas suas reivindicações face ao Estado, tanto de demandas de políticas públicas quanto de direitos ao seu reconhecimento e existência.
Na discussão da cartografia social com debates interdisciplinares, tem-se a oportunidade de demonstrar que os mapas, ainda que constituam relações de força, ao mesmo tempo consistem num instrumento de descrição. Trata-se da análise dos processos diferenciados de territorializações que ressaltam relações de poder e permitem avançar na compreensão das situações de conflitos, disputas, territorialidades, identidades e concepções diversas de tempo e espaço recolocando novas questões ao pensamento crítico sobre as compreensões de realidades amazônicas.
Nesta direção o Dossiê “CARTOGRAFIAS DE TERRITORIALIDADES AMAZÔNICAS: INVISIBILIDADES E RESISTÊNCIAS” tem o objetivo debater outras concepções e compreensões epistemológicas e empíricas relativas à geopolítica de conhecimentos sobre as diversas realidades Amazônicas. Objetiva-se também nesta compilação de reflexões, entender a história regional, seus sujeitos e territórios, a partir de abordagens interdisciplinares de um conhecimento histórico local, regional atravessados por temporalidades, ancestralidades e processos sul/globais.
Por conseguinte, cultivar abordagens e sentimentos transgressores de subversão e superação de preconceitos e estereótipos construídos sobre estas histórias periféricas, antes pouco cogitadas nos mercados editoriais e conferências do campo intelectual epistemológico do norte que no tempo presente se deslocam para o centro das abordagens em um movimento antihegemônico. Na contramão do frenesi deste capitalismo tipográfico (ANDERSEN, 2008), muitas vezes ainda reproduzido em formações pedagógicas e currículos escolares euro-centrados.
Este Dossiê também caminha na direção de contornos regionais ao entender as Amazônias como espaço de diversidades culturais e históricas inerentes ao processo de formação sócio-cultural, territorial e identitário. Em outras palavras, trás uma perspectiva coetânea a cartografia social, histórica, antropológica e sociológica ao situar e reposicionar a alteridade em relação ao contexto territorial e a dialética de pertencimento e negação, continuidade e rupturas em relação ao que se projeta enquanto desenvolvimento regional.
Intenta-se por fim, revelar estudos e compreensões de “outras memórias escritas, visuais e gestuais...” (PACHECO, 2012) sedimentadas nas mais variadas maneiras de expressões sociais, culturais e políticas de sujeitos. Bem como analisar as inúmeras estratégias de enfrentamentos, pertencimentos e resistências frente às ameaças constantes de poderes constituídos, fortemente evidenciados historicamente na Amazônia desde os períodos coloniais, até o epistemicídio contemporâneo e ocultamento do outro como informa Dussel (1992).
Organizadores:
profa. Dra. Eliana Teles (UFPA)
prof. Dr. Raimundo Erundino Santos Diniz (UNIFAP)
prof. Dr. David Junior de Souza Silva (UNIFAP)
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"HISTÓRIAS DAS VIOLÊNCIAS DE GÊNERO CONTRA AS MULHERES"
v. 5 n. 2 (2021)A historiografia ocidental tem, frequentemente, se dedicado ao estudo das histórias das mulheres na sociedade, sendo crescentes os debates intelectuais em torno de gênero e sexualidade desde o século XX. Assim como em outras áreas de conhecimento, nota-se que estudos envolvendo gênero não demoraram a provocar reverberações no campo da história, sendo que as renovações historiográficas trazidas pela Escola dos Annales, pela Nova História ou pelas interpretações frequentemente colocadas sob o termo generalista “Pós Modernismo” permitiram a emergência do tema como uma verdadeira subdisciplina.
As leituras historiográficas, certamente, partem de uma interlocução com os questionamentos teóricos que emergiram ao longo do último século, mas também com os contextos históricos em que brotaram (outro bom exemplo é o Calibã e a Bruxa, de Silvia Federici). No caso brasileiro, é importante destacar que os estudos sobre história das mulheres ou história e gênero tornam-se cada vez mais proeminentes, mas leituras específicas sobre as histórias das violências de gênero contra mulheres ainda são parcas. Isto porque, embora tenha ganhado proeminência nas ciências sociais brasileiras, consagrando nomes como Heleieth Saffioti, Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Marilena Chauí e Lourdes Bandeira, o tema ainda tem pouca reverberação na área da história.
Assim, considerando-se a relevância do problema e a aparente falta de visibilidade de estudos históricos específicos sobre o tema, o intuito deste dossiê é o de reunir trabalhos resultantes de pesquisas históricas que abordem a temática, tendo particular interesse - embora não exaustivo - nos seguintes temas: a constituição histórica do conceito de violência de gênero; a cultura patriarcal como cultura histórica; a história da historiografia sobre violências de gênero; relações históricas entre mídia e violências de gênero; os crimes de "defesa da honra" em perspectiva histórica.
Organizadores:
Angelita Pereira Lima
Ana Paula de Castro Neves
Luciano Rodrigues Castro
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"MUNDOS DO TRABALHO: LUGARES, CONDIÇÕES E EXPERIÊNCIAS DE TRABALHADORES E TRABALHADORAS"
v. 5 n. 1 (2021)O século XX, nas primeiras décadas, se adensou de maneira decisiva no âmbito das questões sociais, mobilizando inclusive trabalhadores em busca de direitos e reconhecimento. Tais manifestações proporcionaram ao trabalhador maior visibilidade e legislações especificas que lhes davam garantia de sobrevivência. Diante de um processo de tantas modalidades de trabalho que surgiram a partir do homem livre, quem oferece sua mão-de-obra tenta se manter ativo em um mercado que sempre teve suas exigências.
Sendo assim, o dossiê “Mundos do Trabalho: lugares, condições e experiências de trabalhadores e trabalhadoras” tem como proposta reunir estudos de pesquisadores que se debrucem sobre os diversos tipos de trabalhadores, assalariados e não assalariados, dessa maneira, fazer uma reflexão sobre os significados históricos e sociais das vivências e experiências dassas categorias que ao longo da história do trabalho tem sido experimentadas em diversas condições laborais, e que geralmente, sofrem com a precarização trabalhista ou vivem a deriva dos direitos sociais.
Nessa medida, cabe salientar a luta e o protagonismo desses atores que em períodos distintos como crises econômicas e/ou mudanças políticas são profundamente afetados, mesmo assim, essas mulheres e esses homens tomaram e tomam decisões que mudam os seus modos de vida, a partir das demandas que geralmente são baseadas através do cotidiano.
Organizadores:
Marineide da Silva
Sérgio Carvalho
Wanderlene de Freitas
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"ENSINO DE HISTÓRIA NA AMAZÔNIA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO REFLEXÃO PARA A PESQUISA"
v. 4 n. 2 (2020)A agenda da Educação e do ensino de História estão em evidência e seguramente são essenciais para entendermos o contexto histórico que vivenciamos nessas primeiras décadas do século XXI. O negacionismo histórico, questões de gêneros, discussões étnico-raciais, exclusão digital, a função social da escola, formação de professores e precarização do trabalho docente são temas que visibilizam os grandes desafios que o mundo contemporâneo traz a todos que refletem sobre o ensino no Brasil e na região amazônica em particular, e que serão parte de uma ampla agenda de reflexões de historiadores em todos os níveis de ensino. Nesse sentido, o ensino de história tem como função premente a defesa do conhecimento científico e histórico na sociedade e em particular na esfera educacional do país.
O enfrentamento da narrativa do autoritarismo inserida na realidade do ensino remoto, traz à superfície inúmeras discussões como o Home office, saúde mental do professor, currículo e professor full time. Diante desses desafios titânicos, inserimos a realidade do ensino público na região amazônica e suas especificidades de temáticas e reflexões, ligadas a temas regionais e locais, que são parte importante para refletirmos sobre como ensinar história em meio a esse contexto atual, sem perder nossa identidade. Identidade essa, ligada ao ribeirinho, as comunidades indígenas, as periferias das cidades e ao campo, que se tornam importantes pontos de amparo, quando pensamos no ensino na região.
É precisamente nessa interseção entre o nacional e o local que buscamos captar reflexões, artigos, relatos de experiências desenvolvidos na região Amazônica por professores inseridos nas redes púbicas de ensino, em suas diversas modalidades: Federal, Estadual e Municipal. Esse dossiê se propõe a refletir, as temáticas presentes no cotidiano das salas de aulas presenciais e digitais presentes na região amazônica, dando visibilidade a temas ligados ao ensino de história regional e inseridas na esfera pública de ensino.
Coordenadores:
Prof. Dr. Hideraldo Lima da Costa (UFAM / Coordenador do GT- Ensino de História e Educação)
Prof. Dr. Milton Melo dos Reis Filho (SEMED)
Prof. Me. Julio Santos Silva (SEMED)
Profª. Me. Cláudia Barros (SEMED)
Prof. Me. Moisés Dias de Araújo (SEMED/SEDUC)
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"HISTÓRIA E PATRIMÔNIO DOCUMENTAL"
v. 4 n. 1 (2020)O dossiê “História e Patrimônio documental”, da Revista Manduarisawa, foi organizado pelos historiadores e arquivistas, Leandro Coelho de Aguiar[1] e Renata Regina Gouvêa Barbatho[2]. O presente número reúne diferentes olhares que envolvem a temática, conseguindo promover debates e reflexões em relação às práticas históricas e a concepção do conceito de patrimônio documental, que para além de sua materialidade, é um produto das dinâmicas sociais e das relações de poder.
Por ser fruto de uma temática que envolve diferentes áreas, o dossiê pode ser contemplado pela presença de autores não só da História, mas de profissionais que atuam em arquivos, bibliotecas e museus, o que permitiu enriquecer a experiência e diversificar os discursos. Composto por uma entrevista, onze artigos temáticos no dossiê, quatorze artigos livres e um relato de experiência, o número da revista aqui apresentado pode ainda ter seu conteúdo subdivido em três categorias nos escritos sobre o “Patrimônio documental”, visto que foram abordados estudos sobre histórias de instituições custodiadoras de acervos, e dos próprios acervos, tanto como fonte de pesquisa, quanto como objeto da pesquisa.
Uma leitura proveitosa a todos.
Cordialmente
Organizadores:
Leandro Coelho de Aguiar
Renata Regina Gouvêa Barbatho
[2] Doutora em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e servidora da Fundação Casa de Rui Barbosa, mas atualmente encontra-se cedida ao Arquivo Nacional do Brasil. -
"HISTÓRIA, CONFLITOS E EXPERIÊNCIAS AGRÁRIAS"
v. 3 n. 02 (2019)O presente dossiê da Revista Manduarisawa intitulado “História, Conflitos e Experiências Agrárias” foi organizado em parceria com o Professor Me. Prof. Luiz Antonio Nascimento de Souza e reúne um conjunto de artigos compostos por pesquisadores (as) de todo o país. A seguinte temática visa reunir debates entorno da questão agrária em suas múltiplas dimensões, destacando a história das lutas pela terra, os conflitos fundiários em suas dimensões latino-americanas, nacionais, regionais e locais. As vivências nesses espaços incluem as lutas pela manutenção e preservação dos costumes e modos de vida por parte das populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas, bem como relatos de experiências peculiares que têm o mundo rural e agrário como tecido social.
Desejamos uma ótima leitura para todos (as)!
Cordialmente,
Conselho Editorial - Revista Manduarisawa.
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"DESIGUALDADE, VIOLÊNCIA E RELAÇÕES DE PODER NA HISTÓRIA"
v. 3 n. 01 (2019)A presente edição especial da Revista Manduarisawa reúne um conjunto de artigos apresentados durante o I Encontro Estadual de História da ANPUH Seção Roraima, realizado entre os dias 01 e 04 de outubro de 2018, na Universidade Federal de Roraima (UFRR). O encontro promovido pela ANPUH/RR, que no mesmo ano iniciava suas atividades no estado de Roraima, objetivou promover, incentivar e fortalecer a disciplina História no estado, na região norte e em nível nacional.
O encontro estadual contou quatro conferências, cinco mesas redondas, dezesseis simpósios temáticos e lançamentos de livros. Durante os quatro dias de evento, os mais de trezentos participantes puderam debater acerca de uma grande variedade de temas historiográficos e de questões políticas e sociais de interesse da comunidade de historiadores e historiadoras, como da sociedade em geral. Destes participantes, registrou-se a presença de pesquisadores das mais variadas localidades do país, como das cidades de Tefé, Manaus e Coari (AM), Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Santarém (PA), Belém (PA), Salvador (BA), Ponta Grossa (PR), Florianópolis (SC) e cidades do estado de Roraima.
Este dossiê especial é composto por oito artigos, todos eles apresentados nas cinco mesas redondas, que compuseram a programação do evento: 1) Relações Internacionais: história e fronteiras; 2) História do Tempo Presente: metodologia e possibilidades de pesquisa; 3) Recortes da América Portuguesa; 4) Educação e diversidade; 5) Diálogos entre o passado e o presente: escravidão, quilombola e indígena. As mesas redondas tiveram como preocupação principal debater questões teóricas e metodológicas dos mais diversos campos e abordagens da História. Outro resultado do evento consiste na publicação do livro “Desigualdade, violência e relações de poder na História”, publicado em 2019 pela editora da UFRR, disponível em acesso livre na página da editora[1]. O livro é fruto dos 110 trabalhos inscritos para apresentação nos simpósios temáticos.
A comissão organizadora do evento e do dossiê agradece a parceria firmada com a equipe da Revista Manduarisawa para publicação dos presentes trabalhos.
[1] Livro disponível para download gratuito em: http://ufrr.br/editora/index.php/editais?download=409
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"REVOLUÇÕES E REVOLTAS NO SÉCULO XX"
v. 2 n. 2 (2018)O presente dossiê traz artigos que analisam momentos importantes da História contemporânea. A Revolução Russa que completou seu centenário em 2017, marcou a trajetória dos trabalhadores do mundo todo, tendo um grande significado para o século XX. É imprescindível num momento em que o mundo novamente passa por uma grande transformação social, política e cultural, convulsionada pela globalização, migrações e novas relações de trabalho, tenhamos abordagens que nos possibilitem revisitarmos o passado onde as lutas sociais foram imprescindíveis para organizar, promover e fortalecer os trabalhadores, seus movimentos, suas reivindicações.
Os artigos presentes no dossiê desse número da Revista Madwarisawa, foram apresentados durante a X Semana de História, da Universidade Federal do Amazonas, em 2017, que teve como tema “Os 100 anos da Revolução Russa e o ensino de História”.
Os trabalhos aqui apresentados trazem temas diversos, mas possuem um único eixo que é a importância da agência dos trabalhadores como protagonistas históricos de eventos de grande impacto social no século XX. Portanto, são trabalhos resultantes de pesquisas monográficas, PIBICS ou artigos para disciplinas que refletem sobre as inquietações de seus autores, permitindo um diálogo rico sobre sujeitos, protagonismo, política e revolução.
Desejamos uma ótima leitura para todos (as)!!
Profa. Dra. Kátia Couto (Editora Convidada) e Equipe Editorial.
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"HISTÓRIA SOCIAL DO TRABALHO NA AMAZÔNIA"
v. 1 n. 1 (2017)Em seu primeiro número, a Manduarisawa-Revista Eletrônica Discente do curso de História da UFAM propõe um dossiê temático voltado para o campo da História Social do Trabalho na Amazônia, em especial por reconhecer uma inequívoca expansão do campo e sua inegável relevância. Considerando a constante necessidade de discutir as experiências e práticas sociais que englobam as categorias do trabalho na região amazônica, este dossiê visa fomentar o debate do campo da História do Trabalho que tem articulado discussões bastante amplas e diversificadas, como os estudos de gênero, a domesticidade, relações e interações entre trabalho livre e escravo, pós-abolição, identidade e migrações. Revisita também temas clássicos, como as múltiplas relações que se estabelecem entre os trabalhadores e suas organizações representativas; entre eles e o patronato, assim também como com o Estado.
A abertura de cursos de Pós-Graduação no Norte do país ampliou significativamente o processo de produção do conhecimento histórico em muitos estados da região e, desta forma, há, hoje, um conjunto bastante interessante e diversificado de pesquisas em andamento, favorecendo a recepção e ampliação do debate historiográfico de ponta na região, da mesma forma em que também termina por dar vazão à inovação historiográfica, com a projeção de novas e instigantes temáticas, praticamente desconhecidas pela comunidade acadêmica de outras regiões.
No interior destes Mundos do Trabalho, para usar a feliz e rica expressão consagrada por Eric Hobsbawm, os temas são os mais variados, indo desde a discussão de paradigmas interpretativos e debate historiográfico em torno da temática, até a análise das relações entre categorias distintas de trabalhadores, passando pelo tenso diálogo estabelecido pelas associações operárias com as mais diversas organizações da sociedade e instituições do Estado; pelos conflitos trabalhistas; as relações e distinções entre campo e cidade e entre trabalhadores urbanos e rurais, os mecanismos de controle e resistência, o trabalho feminino e infantil, etc.
Nesse sentido, o dossiê tem como objetivo articular pesquisas que, preocupadas com a Amazônia, hoje se desenvolvem sem muitas conexões tanto no cenário local e regional de produção, quanto no cenário nacional mais amplo, onde as pesquisas tendem recepcionar mais pontualmente as contribuições teóricas e metodológicas difundidas por instituições acadêmicas mais tradicionais, consolidadas e de grande impacto no processo formativo de quadros acadêmicos na área de História para as universidades brasileiras, incluindo-se ai também às do Norte do país. Colocando-se como um espaço aberto para a divulgação desses estudos, a Revista Manduarisawa quer ser também um veículo dessa interação, entendendo que as trocas multidirecionais que possam resultar desse debate enriquecerão ainda mais o campo da História Social do Trabalho.