ESTUDO DE CASO SOBRE O PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO E O PERCURSO ESCOLAR DE ESTUDANTES COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO
Palavras-chave:
Educação Especial. Altas habilidades. Superdotação.Resumo
Estudantes com altas habilidades/superdotação (AH/SD) enquadram-se como público-alvo da Educação Especial. Segundo a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, esses estudantes podem demonstrar potencial acima da média de forma combinada ou isolada nas áreas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. No entanto, a literatura da área confirma que acompanhada das AH/SD algumas dificuldades podem fazer-se presente. Nesse contexto essa pesquisa teve como objetivo descrever os desafios e obstáculos do processo de identificação e escolarização de dois estudantes com AH/SD. Foram entrevistados dois estudantes identificados com AH/SD e suas mães, tais entrevistas foram gravadas em áudio e transcritas. A análise dos dados foi qualitativa seguindo categorias construídas pelos pesquisadores com base nos objetivos do estudo. Os resultados evidenciaram que estudantes com AH/SD não necessariamente desfrutam de um percurso escolar pleno e sem desafios. Foi possível identificar entraves durante o processo de identificação ainda na infância de ambos participantes bem como a precária ou inexistente oferta de serviços os quais visam a evolução das AH/SD. O trabalho sinaliza a necessidade e importância da formação docente para lidar com as especificidades advindas das AH/SD bem como políticas públicas que reforcem a garantia de oferta de serviços especializados para esse público.
Downloads
Referências
ALVES, R. J. R.; NAKANO, T. C. A dupla-excepcionalidade: relações entre altas habilidades/superdotação com a síndrome de Asperger, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtornos de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia, v. 32, n. 99, p. 346-60, 2015.
AZEVEDO, S. M. L. de; METTRAU, M. B. Altas habilidades/superdotação: mitos e dilemas docentes na indicação para o atendimento. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 30, n.1, p.32-45, 2010.
BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/CNE/CEB, 2011.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial para educação inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.
BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em 18 mar. 2019.
CHACON, M.C.M.; MARTINS, B.A. A produção acadêmico-científica do Brasil na área das altas habilidades/superdotação no período de 1987 a 2011. Revista Educação Especial, v. 27, n. 49, p. 353-372, 2014.
DELOU, C. M. C. Educação do aluno com altas habilidades/superdotação: Legislação e políticas educacionais para a inclusão. In: FLEITH, D. S. (org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação a professores. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2007.
FREITAS, S. N.; HOSDA, C. B. K.; COSTA, L. C. A produção científica em altas habilidades/superdotação nas revistas brasileiras de educação especial. Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial, v. 1, n.1, p. 75-84, jun./dez., 2014.
FREITAS; S. N.; STOBÄUS, C. D. Olhando as altas habilidades/superdotação sob as lentes dos estudos curriculares. Revista Educação Especial, v. 24, n. 41, p. 483-500, set./dez. 2011.
GUENTHER, Z. C. Aceleração, ritmo de produção e trajetória escolar: desenvolvendo o talento acadêmico. Revista Educação Especial, v. 22, n. 35, 2009.
MANZINI, E. J. Considerações sobre a elaboração de roteiro para entrevista semi-estruturada. In: MARQUEZINE, M. C.; ALMEIDA, M. A.; OMOTE, S. (Org.). Colóquios sobre pesquisa em educação especial. Londrina: Eduel, 2003. p.11-25.
MARQUES, D. M. C. Aluno com Altas Habilidades/Superdotação: um estudo longitudinal a partir da Teoria das Inteligências Múltiplas. 2017. 201f. (Tese de Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2017.
MARTINS, A. C. S. ALENCAR, E. S. Características desejáveis em professores de alunos com altas habilidades/superdotação. Revista Educação Especial, v. 24, n. 39, p. 31-46, jan./abr., 2011.
MARTINS, B. A.; CHACON, M. C. M. Características de Altas Habilidades/Superdotação em Aluno Precoce: um Estudo de Caso. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 22, n. 2, p. 189-202, abr./jun., 2016.
MOYSÉS, C. A ritalina e os riscos de um 'genocídio do futuro'. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/08/05/ritalina-e-os-riscos-de-um-genocidio-do-futuro>, 2013
PÉREZ, S. G. P. B. Mitos e crenças sobre as pessoas com altas habilidades: alguns aspectos que dificultam o seu atendimento. Revista Educação Especial, v. 2, n. 22, p. 45-59, 2003.
PÉREZ, S. G. P. B.; FREITAS, S. N. Políticas públicas para as Altas Habilidades/ Superdotação: incluir ainda é preciso. Revista Educação Especial, v. 27, n. 50, p. 627-640, set./dez. 2014.
PLETSCH, D. A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Educar em revista, v. 33, p. 143-156, 2009.
RECH, A. J. D.; FREITAS, S. N. Uma análise dos mitos que envolvem os alunos com Altas Habilidades: a realidade de uma escola de Santa Maria/RS. Revista Brasileira de Educação Especial, mai./ago., v.11, n.2, p.295-314, 2005.
RIZZA, M. G, MORRISON, W. F. Identifying twice exceptional children: a toolkit for success. Teaching Exceptional Children Plus. v. 3, n. 3, 2007.
SABATELLA, M. L. P. Talento e superdotação: problema ou solução? Curitiba: Ibpex, 2005.
VALENTIM, B. de F. B., VESTENA, C. L. B., NEUMANN, P. Educadores e estudantes: um olhar para a afetividade nas Altas Habilidades/Superdotação. Revista Educação Especial, v. 27, n. 50, p. 713-724, set./dez., 2014
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Esta revista oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento. Os direitos autorais são cedidos à Revista Eletrônica Pesquisa e Prática em Educação Inclusiva.
Declaramos que todos os artigos submetidos ao periódico Pesquisa e Prática em Educação Inclusiva são originais e não foram enviados para publicação em qualquer outro meio, como um todo ou uma fração. Também declaramos que, depois de ser publicado pela Revista Pesquisa e Prática em Educação Inclusiva (UFAM), um artigo não será submetido a outra revista dentro de duas edições. Depois desta vez, nossa revista transfere os direitos de publicação para os autores, com uma autorização concedida pelo Conselho Editorial.