Indígenas puri LGBTQIA+
trajetórias de (re)existência
DOI:
https://doi.org/10.29327/217579.8.1-6Keywords:
Indigenous Peoples, Gender and Sexuality, Puri People, AutoethnographyAbstract
The process of invasion of the continent today called America involved a violent genocide and ethnocide of native populations that led to several peoples being declared extinct, among them the Puri people. However, with advances in indigenous rights nationally and internationally, the puri population has politically disputed to prove its historical (re)existence and, currently, demands the recognition of its rights. Situating their bodies and guaranteeing their rights to existence has been an even more arduous political confrontation with LGBTQIA+ puris, considering that we live in a colonial-patriarchal society that subordinates indigenous peoples and dissident bodies from sexual and gender norms. This violence has a common origin, in a colonial process that imposed cultural norms on bodies, their sexual and marriage practices, to the detriment of the indigenous cultures that inhabited this territory. In this work, through an autoethnographic research, we reflect on the continuities of this colonial process from the puri LGBTQIA+ experience in contemporary times. Faced with a scenario where gender and sexuality studies have few encounters with indigenous studies, this work aims to understand faces of this historical oppression against this group that intersects several social markers of difference and, above all, to make visible their strategies of (re)existence.
Downloads
References
ALMEIDA, Ronaldo de. Traduções do fundamentalismo evangélico. In: WRIGHT, Robin M. (Org.). Transformando os Deuses: Igrejas Evangélicas, Pentecostais e Neopentecostais Entre os Povos Indígenas no Brasil. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2004. p. 33-53.
ANZALDÚA, Gloria. A vulva é uma ferida aberta & Outros Ensaios. Rio de Janeiro: A Bolha Editora, 2021.
ARAÚJO, Vanessa Rodrigues de. O resgate da memória familiar indígena: um estudo sobre o direito humano de saber quem se é. Master, Universidade de Brasília, Brasília, 2015.
Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/18796>. Acesso em: 1 fev. 2023.
BHATTACHARYA, Tithi. O que é a teoria da reprodução social?. Revista Outubro, n. 32, 2019. Disponível em: <http://outubrorevista.com.br/wpcontent/uploads/2019/09/04_Bhattacharya.pdf>.
BENTIVOGLIO, Julio (Org.). Os Puri. Vitória/ES: Editora Milfontes, 2017. (História dos Povos Indígenas no Espírito Santo).
BOXER, Charles R. A igreja militante e a expansão ibérica (1440-1770). São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BROWN, Wendy. Nas Ruínas do Neoliberalismo: a Ascensão da Política Antidemocrática no Ocidente. São Paulo: Editora Politeia, 2019.
CASTRO, Eduardo Viveiros de. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Ubu Editora : N-1 Edições, 2018.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. São Paulo: Ubu Editora, 2020.
FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva. Sao Paulo: Editora Elefante, 2017.
FERNANDES, Estevão R. “Existe índio gay?”: a colonização das sexualidades indígenas no Brasil. 2. ed. Curitiba: Brazil Publishing, 2019.
LUGONES, María. Rumo a um feminismo decolonial. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento Feminista: Conceitos Fundamentais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2019. p. 357-377.
LUGONES, María. Colonialidade e gênero. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Pensamento feminista hoje: Perspectivas decoloniais. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2020. p. 52-83.
OLIVEIRA, Tatiana Gonçalves de; COSTA, Henrique Antônio Valadares. Os Puri no sul do Espírito Santo: ocupação, territorialização e trabalho compulsório. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, v. 17, n. 2, p. 462–475, 2019.
OYĚWÙMÍ, Oyèrónkẹ́. A invenção das mulheres: Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005
RAMOS, Melissa Ferreira. Re-existência e ressurgência indígena: diáspora e transformações do povo Puri. Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2017.
SILVA, Maíra “Mee”. teoria da reprodução social e opressão a LGBTQIAPs. Disponível em: <https://marxismofeminista.com/2020/06/30/teoria-da-reproducao-social-e-opressao-a-lgbtqiaps/>. Acesso em: 1 fev. 2023.
SMITH, Linda Tuhiwai. Descolonizando Metodologias: Pesquisa e Povos Indígenas. Curitiba: Ed. UFPR, 2018.
WHITINUI, Paul. Indigenous Autoethnography: Exploring, Engaging and Experiencing ‘Self’ as a Native Method of Inquiry. Journal of Contemporary Ethnography, v. 43, n. 4, p. 456, 2013.