Indígenas puri LGBTQIA+

trajetórias de (re)existência

Autores

  • André da Silva Muniz Universidade Federal do ABC (UFABC)
  • Bruna Mendes de Vasconcellos Universidade Federal do ABC (UFABC)

DOI:

https://doi.org/10.29327/217579.8.1-6

Palavras-chave:

Povos Indígenas, Gênero e Sexualidade, Povo Puri, Autoetnografia

Resumo

O processo de invasão do continente hoje chamado de América envolveu um violento genocídio e etnocídio de populações nativas que levou diversos povos a serem declarados extintos, entre eles o povo Puri. Porém, com os avanços dos direitos indígenas nacional e internacionalmente, a população puri tem disputado politicamente para provar sua (re)existência histórica e, atualmente, demanda pelo reconhecimento de seus direitos. Situar seus corpos e garantir direitos à sua existência tem sido um enfrentamento político ainda mais árduo aos puris LGBTQIA+, considerando que vivemos em uma sociedade colonial-patriarcal que subalterniza indígenas, e corpos dissidentes das normativas sexuais e de gênero. Essas violências possuem uma origem comum, em um processo colonial que impôs normativas culturais aos corpos, suas práticas sexuais e matrimoniais, em detrimento às culturas indígenas que habitavam esse território. Neste trabalho, através de uma pesquisa autoetnográfica, refletimos sobre as continuidades desse processo colonial a partir da vivência puri LGBTQIA+ na contemporaneidade. Diante de um cenário onde os estudos de gênero e sexualidade têm poucos encontros com os estudos indígenas, esse trabalho visa compreender faces dessa opressão histórica contra esse grupo que intersecciona diversos marcadores sociais da diferença e, sobretudo, visibilizar suas estratégias de (re)existência.

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Biografia do Autor

André da Silva Muniz, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Kigéw Puri, indígena do povo Puri, Mestrando em Ciências Humanas e Sociais na UFABC.

Bruna Mendes de Vasconcellos, Universidade Federal do ABC (UFABC)

Atualmente é Professora da Universidade Federal do ABC (UFABC) e Coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero Esperança Garcia (NEG/UFABC). Doutora e Mestra em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Possui também Mestrado em Gênero e Política de Igualdade pela Universidade de Valencia (Espanha) e Especialização em Economia Solidária e Tecnologia Social na América Latina (Unicamp).

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Publicado

2023-09-30

Edição

Seção

Dossiê Temático Memórias Sensíveis, Contramemórias e Patrimônios Incômodos