Loucura Civilizada? A lógica manicomial à luz do Processo Civilizador.
DOI:
https://doi.org/10.29327/233099.16.2-7Resumo
A loucura nem sempre foi concebida como algo ruim ou danoso, cada época atribuiu significado particular a esse fenômeno. Despertando interesse no tratamento agora convertido em cuidado. Ser louco, ser diferente ganha contorno específico nos dias atuais e provoca reflexões de como ao longo da história esses sujeitos “diferentes” tem sido tratados. Surgem as Instituições asilares, mas também surgem movimentos que combatem essa exclusão, neste estudo busca-se refletir sobre a lógica manicomial das Instituições Psiquiátricas em analogia ao processo civilizador do Sociólogo Norbert Elias. Assim, depara-se com uma realidade perversa dentro destes espaços, que roubam a própria identidade do sujeito sofredor e o coloca numa posição secundária a respeito da própria vida, constituindo-se na figuração de uma Instituição Total. Para se obter os resultados da pesquisa, lança-se mão de referências bibliográficas, presente a natureza qualitativa e com caráter exploratório, sob o método dialético, para análise das contradições de discursos e falas, que levam a inquietações constantes do pensar e fazer Saúde Mental. Como proposta apresenta a necessidade de um projeto ético-político em consonância com a realidade, na tentativa de sanar a dívida que a sociedade tem para com as pessoas que tiveram na sua vida a marca impressa do estigma da loucura e de estar internado no manicômio. O trabalho aponta, sob a perspectiva do processo civilizador, uma sociedade questionando conceitos historicamente constituídos e pronta para debater as questões das diferenças.
Palavras-chave: Loucura. Processo civilizador. Figuração.
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