NOVAS TERRITORIALIZAÇÕES DA FRONTEIRA ECONÔMICA AMAZÔNICA: O EIXO DA TRANSAMAZÔNICA DE LÁBREA A APUÍ – O AGRONEGÓCIO, CONFLITOS E IMPACTOS AMBIENTAIS

New territorializations of the Amazonian economic frontier: the Transamazonian axis from Labrea to Apuí - agribusiness, conflicts and environmental impacts

Autores

  • Silvio Simione da Silva Universidade Federal do Acre - UFAC
  • João Maciel de Araújo Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá - AM
  • Rita Clara Vieira da Silva Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá

DOI:

https://doi.org/10.21170/geonorte.2024.V.15.N.47.57-80

Palavras-chave:

Fronteira econômica. Reprodução socioespacial. Agronegócio. Conflitos. Amazônia.

Resumo

Este artigo traz um estudo sobre as novas feições territoriais da fronteira econômica da Amazônia Sul-ocidental, tendo como base a questão da expansão do agronegócio de grãos e seus impactos sobre outras formas de produção existentes, tal como sobre a floresta. Teve-se como recorte espacial o eixo da Rodovia Transamazônica entre as cidades de Lábrea e Apuí, no estado do Amazonas. Para isto desenvolveu-se estudos baseados em referenciais bibliográficas, relatórios técnicos, informações jornalísticas sobre a região e, uma atividade de campo, na região referida, com observações sistemáticas in loco. Pode-se então, entender que a expansão do agronegócio na região reflete aspectos da reterritorialização do capitalismo agrário, na atualidade, da sua rearticulação na Amazônia Sul-ocidental.  Neste processo, o que ocorre na região de estudo reflete a recolocação espacial de agentes da fronteira provindos desde o Mato Grosso, passando por Rondônia Acre e sul do estado do Amazonas, onde o agronegócio de grãos se expande por terras que antes estavam ocupadas por atividades como a pecuária bovina e agricultura familiar. Por consequência desta perda de espaço para estas atividades, esses criadores de gado e agricultores familiares passaram a procurar outras áreas, sobretudo, mais distantes e/ou florestais que oferecem grandes possibilidades de serem incorporadas ao espaço produtivo, mesmo que necessite de desmatamento para a prática de atividades agropecuárias e agricultura de subsistência. Em tudo isto, viu-se ocorrer grandes expressões dos impactos ambientais, sociais e econômicos, junto ao aumento de indícios de conflitos sociais, no conjunto desta nova territorialização do capitalismo agrário na região.

Biografia do Autor

Silvio Simione da Silva, Universidade Federal do Acre - UFAC

Professor Titular do Centro de Filosofia e Ciências Humanas e do Programa de Mestrado da Universidade Federal do Acre. Estagiário em pós-doutoramento no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, sob a supervisão do Dr. Ariovaldo Umbelino de Oliveira.

João Maciel de Araújo, Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá - AM

Professor do Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá - AM. Coordenador do Projeto de Pesquisa “As Comunidades Ribeirinhas Amazônicas: uma análise comparativa a partir dos rios Madeira e Purus.” pelo CNPq e PAINTER+/FAPEAM

Rita Clara Vieira da Silva, Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá

Professora Substituta no Instituto Federal do Amazonas – IFAM, Campus Humaitá - AM, Mestre em História da Amazônia, Bolsista do Projeto de Pesquisa “As Comunidades Ribeirinhas Amazônicas: uma análise comparativa a partir dos rios Madeira e Purus.” pelo CNPq.

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Publicado

2024-01-09

Como Citar

da Silva, S. S., Maciel de Araújo, J. ., & Vieira da Silva, R. C. . (2024). NOVAS TERRITORIALIZAÇÕES DA FRONTEIRA ECONÔMICA AMAZÔNICA: O EIXO DA TRANSAMAZÔNICA DE LÁBREA A APUÍ – O AGRONEGÓCIO, CONFLITOS E IMPACTOS AMBIENTAIS: New territorializations of the Amazonian economic frontier: the Transamazonian axis from Labrea to Apuí - agribusiness, conflicts and environmental impacts. REVISTA GEONORTE, 15(47), 57–80. https://doi.org/10.21170/geonorte.2024.V.15.N.47.57-80