GOVERNAMENTALIDADE E CRÍTICA
notas sobre a crise de governo e as verdades políticas e éticas das insurreições
Resumo
Este artigo procura pensar as correlações entre as verdades políticas e éticas das insurreições. Essa correlação é desdobrada diante da crítica formulada por Foucault em torno da genealogia das práticas de governo e, as problematizações dos dispositivos de controle presentes nas estratégias de saber, nas práticas de poder e nos processos de subjetivação. Tendo como ponto de partida as reflexões elaboradas pelo intelectual francês sobretudo a partir da década de 70, ocupamo-nos de pensar como operou-se, toda uma discursividade no campo das práticas de governo responsáveis por tensionar os efeitos de controle sobre à população, e também por interpelar os sujeitos enquanto indivíduos. Esse processo é perfilado pela crise como grande paradigma de governo nas sociedades contemporâneas. Ocorre que o modelo gerencial da crise sistêmica deflagrou a economia de mercado como garantidora da liberdade individual, mas por outro lado favoreceu a emergência das insurreições como outros modos de vida.