SISTEMA DE JUSTIÇA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: DESAFIOS AO SERVIÇO SOCIAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29280/rappge.v9i4.16729

Palavras-chave:

Inteligência Artificial, Serviço Social, Sistema de justiça, Tecnologias da comunicação e informação

Resumo

O artigo discute as novas tecnologias da comunicação e da informação (TICs), com ênfase para a inteligência artificial, e seus impactos no mundo do trabalho, especialmente nas instituições que compõem o Sistema de Justiça - Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública. Debate os processos de precarização que marcam esse cenário a partir das contrarreformas empreendidas no Brasil nos últimos anos e suas relações com as inovações tecnológicas que trazem novos contornos à exploração do trabalho no sistema capitalista. Reflete sobre as contradições e desafios éticos, políticos e técnico-operativos dos/as assistentes sociais que atuam cotidianamente nessas instituições, sinalizando as possibilidades de resistência da profissão.

Biografia do Autor

Silvia da Silva Tejadas, Ministério Público

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Luterana do Brasil (1990), especialização em Educação de Jovens e Adultos pela UFRGS (1993), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2005), doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2010). Foi professora do curso de Serviço Social da Universidade Luterana do Brasil e assistente social na extinta FEBEM e na Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Atualmente, é assistente social no Ministério Público do Rio Grande do Sul; coordenou por 13 anos a Unidade de Assessoramento em Direitos Humanos do Gabinete de Assessoramento Técnico da Instituição; é professora do Curso de Direito da Criança da Fundação Escola do Ministério Público; coordena a pós-graduação em Medidas Protetivas para a Infância e Juventude, com ênfase no acolhimento familiar e institucional no Instituto Dimensão, é professora de outros cursos de pós-graduação do Instituto Dimensão. Tem experiência e formação na área de Serviço Social, com foco na avaliação de políticas públicas, em especial, Assistência Social, Saúde (atenção básica e saúde mental) e Educação (realiza assessoria às Promotorias Regionais da Educação do MPRS). Atua principalmente nos seguintes temas: exigibilidade de direitos humanos, avaliação de políticas públicas e de instituições de atendimento, direitos da criança e do adolescente, Política de Educação, Política de Assistência Social, Serviço Social, Ministério Público, proteção social, juventude e ato infracional. Publicou os livros "Juventude e Ato Infracional: as múltiplas determinações da reincidência", "O Direito Humano à Proteção Social e sua Exigibilidade: um estudo a partir do Ministério Público", "Avaliação de políticas públicas e garantia direitos", bem como diversos artigos em temáticas correlatas.

Maiz Ramos Junqueira, Tribunal de Justiça/RS

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Atualmente é assistente social do Poder Judiciario do Estado do Rio Grande do Sul, atuando principalmente nas seguintes áreas: família, infância e juventude e alternativas penais. É Especialista em Direito da Criança e do Adolescente pela Fundação Escola Superior do Ministério Público, em Sistema de Justiça: conciliação, mediação e justiça restaurativa pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) e Doutora em Serviço Social na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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Publicado

31-12-2024

Como Citar

TEJADAS, S. da S. .; JUNQUEIRA, M. R. . SISTEMA DE JUSTIÇA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: DESAFIOS AO SERVIÇO SOCIAL . Revista Amazônida: Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas, [S. l.], v. 9, n. 4, p. 1–21, 2024. DOI: 10.29280/rappge.v9i4.16729. Disponível em: //periodicos.ufam.edu.br/index.php/amazonida/article/view/16729. Acesso em: 6 jan. 2025.