Ensinando inglês na educação infantil
uma questão de educação, cultura e mercado
DOI:
https://doi.org/10.29280/rappge.v7i01.11098Resumo
O artigo trata do ensino de inglês aplicado à primeira infância, contextualizando aspectos políticos e históricos que influenciam não só direta, mas também indiretamente na escolha por ensinar a língua estrangeira (LE) às crianças pequenas. Por meio de uma revisão bibliográfica são abordadas questões culturais e de mercado ligadas à educação formal e a atuação guiada pela compreensão do papel da linguagem na constituição humana. Questiona-se a disparidade da oferta desta LE, que em alguns contextos inicia cedo, com carga horária significativa e condições de ensino-aprendizagem bem estabelecidas, enquanto outros grupos, especialmente do sistema público de ensino, vivenciam a realidade oposta. Ainda, trata-se da importância do professor, que tem suas condições de trabalho e de formação refletidas na prática pedagógica, merecendo ser reconhecido e valorizado. As conclusões apontam para a importância de se tomar posição sobre o tema, tendo atenção no tratamento do inglês como aquele que empodera, e coloca à disposição daqueles que o dominam um verdadeiro mundo de oportunidades, versus o inglês que escraviza, ao impor seu conhecimento como obrigatório, enquanto muitos não têm acesso de qualidade à aprendizagem dessa língua.
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