Descrição etnográfica da magia que contagia: dança do cordão do africano
Resumo
O presente ensaio, de caráter científico, tem como objetivo compreender a dança do Cordão do Africano como um marco cultural no município de São Paulo de Olivença, situado na região do Alto Rio Solimões-AM. A Dança em pauta está intrinsecamente enraizada na cultura popular do município, representando parte da Identidade Cultural e Social da Comunidade, transmitida de geração em geração, como uma prática imprescindível na história daquela comunidade. A dança foi trazida por alguns cidadãos negros que ancoraram no porto principal da Aldeia Kambeba daquela localidade, num processo de imigração para o Amazonas. Essa manifestação popular tornou-se a mais importante expressão de resistência cultural no município. É uma Dança cadenciada de acordo com os ritmos dos tambores. Seus movimentos são simples: os brincantes fazem um formato de Cordão humano. No momento da entrada, reverenciam os membros que tocam na banda, cantam canções feitas por eles mesmos. Do mesmo modo, confeccionam suas próprias vestimentas; as máscaras apresentam características físicas dos negros, ou seja, são feitas de tecido preto, no intuito de realçar os lábios grossos e avermelhados. Como subsídio teórico, a literatura antropológica norteou significativamente as noções de cultura, dança e negros na Amazônia, em contexto indígena, entre outras noções.