Na corda bamba: arte circense e desigualdade pelas ruas de uma Porto “não tão’’ Alegre

Autores

  • Gabriel Sager Rodrigues UFRGS

DOI:

https://doi.org/10.29327/217579.6.2-13

Palavras-chave:

ensaio fotográfico

Resumo

O ensaio fotográfico que se segue tenta, através do espectro imagético, trazer certa visibilidade para um núcleo de três artistas de rua na Avenida Ipiranga em Porto Alegre/RS, que por meio de intervenções diárias acaba por ocupar a rua e ressignificá-la em sentidos extremamente densos e sensíveis. A atuação trazida pela prática da cultura circense, ligada ao malabarismo, gera uma enorme discussão: ela deve, ou não, ser considerada como arte? Esse questionamento surge, principalmente, pois tal espectro percorre um universo imenso de significados e significantes, muito abstrato em sua definição. Pode-se antes conceber que a chegada do malabarista ao semáforo é um imenso processo, no qual é necessário muito treino, perseverança, força e energia tanto física, quanto mental e emocional. As condições e vulnerabilidades nas quais essas pessoas estão inseridas, na tal selva de concreto, revelam situações extremamente complicadas, essencialmente, pela grande marginalização, exposição e falta de apoio e auxílio que sofrem - isso quando não a completa invisibilidade social e nula sensibilização junto ao desprezo por esses artistas de rua, como vários se definem. Por fim, em tal universo podemos conceber a grande analogia circo-rua, junto ao papel simbólico de público e artista, que traz a rua como o palco principal, a qual gera inúmeras problemáticas sociais, tendo por fim a efemeridade e desigualdade em sua raiz existencial.

Referências

MERLEAU PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

SILVA, J. O. (2017). Ser, estar e fazer: notas sobre circo de rua na Amazônia. PROA Revista De Antropologia E Arte, 2(7), 25 - 46. Recuperado de https://www.ifch.unicamp.br/ojs/index.php/proa/article/view/2853.

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Publicado

2022-07-20