Cinema de Atravessamento e o olhar de Elen Linth
DOI:
https://doi.org/10.69696/somanlu.v24i1.14126Palavras-chave:
Cinema, LGBTQI , Olhar, NegritudeResumo
Nos últimos anos, as mulheres têm ocupado um espaço significativo na produção cinematográfica amazonense, despontando novos caminhos dentro da arte e do ofício, além de apresentar narrativas insubmissas, as quais criam uma ruptura com o olhar do cinema tradicional, evidenciando, dessa forma, a resistência e a identidade da população amazônica. Dentre as realizadoras regionais, que se destacam no circuito de festivais nacionais e internacionais e no aprofundamento de personagens socialmente limítrofes, está Elen Linth. Sócia e fundadora da Eparrei Filmes, a diretora amazonense desenvolve projetos audiovisuais que atravessam e tangenciam o seu cotidiano enquanto mulher preta, LGBTQI+ e periférica nortista. Este artigo tem por objetivo se debruçar sobre o seu modo de fazer cinema a partir da análise fílmica de três produções suas da última década: Sandrine (2014, 13 minutos), Maria (2017, 17 minutos) e Transviar (2019, 30 minutos). Para este estudo, utilizou-se como aporte teórico a teoria crítica feminista, tendo como conceitos norteadores o contra-cinema de Claire Johnston, o prazer visual descrito por Mulvey (1983) e a perspectiva feminina conforme pontuam Ann Kaplan e Joey Soloway. Quanto a natureza da pesquisa, adotou-se como metodologia a análise fílmica encaminhada pelo conceito de Manuela Penafria (2009) na qual possibilita interpretar filmes enquanto obras individuais, proporcionando, neste artigo, analisar como a perspectiva feminina negra é transposta para sétima arte por meio da observação sistemática. O resultado aponta para um cinema que busca humanizar e projetar o olhar de grupos minoritários por meio de reflexões de experiências cotidianas; indicando ainda a autenticidade e identidade que Linth imprime em seus filmes.
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Transviar. Direção: Elen Linth e Riane Nascimento. Produção: Eparrei Filmes. Brasil: EBC, 2019. TV.
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