Os cursos de formação/especialização de professores de surdos, no Brasil e em Portugal (1950-1980)
histórias conectadas
DOI:
https://doi.org/10.29280/rappge.v1i01.7867Resumo
O artigo em questão buscou analisar como se deu a influência do cenário educacional mundial no Curso Normal (1951-1957) e nos Cursos de Especialização de Professores de Deficientes Auditivos (1957-1972/1981-1985), do Instituto Nacional de Surdos-Mudos (INSM) / Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, no Brasil, e no Instituto Jacob Rodrigues Pereira - IJRP (1952-1956/1961-1963/1982-1984), em Portugal, lançando luz à relação que estabeleceram. Foi utilizado o referencial teórico-metodológico dos estudos comparados, nos termos de Nóvoa (1995, 1998), na perspectiva teórica do sistema mundial articulada à abordagem das perspectivas sócio-históricas. As análises das fontes orais e escritas nos indicam que os cursos referidos, nos dois países em questão, foram inscritos na concepção clínico-pedagógica, na estrutura organizacional e atitudinal que marcou e singularizou a educação especial, com o ensino dos deficientes auditivos servindo, preponderantemente, a propósitos terapêuticos. O modelo de formação adotado pelas duas instituições foi uma mescla do didático-pedagógico com o cognitivo-cultural, ainda que o modelo científico já despontasse. As duas instituições investigadas refletiram realidades globais nos processos de constituição, organização e implementação de seus cursos, no âmbito do paradigma oralista. Esta circularidade de referenciais teórico-práticos e de modelos de formação docente foi resultado de como os agentes escolares se relacionaram, incorporando/compartilhando conhecimentos que ultrapassaram as barreiras nacionais.
Palavras-Chave: Educação Especial; Formação de Professores; Educação Comparada; Instituto Nacional de Educação de Surdos; Instituto Jacob Rodrigues Pereira.