TRÊS IRMÃOS EM DOIS IRMÃOS: AMOR, ÓDIO E (RE)PULSA

THREE BROTHERS IN DOIS IRMÃOS: LOVE, HATE AND (RE)PULSE

Autores

  • Rebeca Soares de Lima uea
  • Maison Antonio dos Anjos Batista seduc-am

Palavras-chave:

Amor; mãe; irmãos; Dois irmãos.

Resumo

A família é palco de todos os sentimentos, ou ao menos assim deveria ser. Freud (2011), ao dar forma e método à Psicanálise, muito se dedicou a investigar esse grupo, em especial a sua aparente origem, a mãe e o bebê. Partindo disso, o presente artigo visa analisar a relação familiar conflituosa no romance Dois irmãos, de Milton Hatoum (2000), pelo viés Psicanalítico freudiano, com enfoque no vínculo dos três filhos de Zana: Yaqub, Omar e Rânia. Na teoria freudiana, o bebê percebe-se um com a mãe e esta, ao longo do tempo, vai se distanciando dele, de modo que o infante percebe que sua mãe não é mais extensão de seu corpo. Nesse distanciar, outros sujeitos adentram à relação; o primeiro, tradicionalmente exposto por Freud, seria o pai, mas pode ser qualquer pessoa ou situação que retire a mãe do contato pele a pele com o filho. Em Dois irmãos há uma peculiaridade, Omar e Yaqub são gêmeos, o que faz com que essa percepção de ser um aconteça com os dois, assim como o desligar-se dela. Dessa maneira, o primeiro vínculo anuncia amor e, depois, o ódio. Na trama exposta não é o pai quem faz a separação mãe-bebê, mas o irmão (seu igual?). Amor e ódio nascem um seguido do outro e vão se entrecruzando diversas vezes. Quando Rânia nasce, já estão estabelecidos três sujeitos em torno da mãe, fazendo de Zana uma figura disputada.

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Referências

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Publicado

2024-06-24

Como Citar

de Lima, R. S., & Antonio dos Anjos Batista, M. (2024). TRÊS IRMÃOS EM DOIS IRMÃOS: AMOR, ÓDIO E (RE)PULSA: THREE BROTHERS IN DOIS IRMÃOS: LOVE, HATE AND (RE)PULSE. Revista Decifrar, 12(23), 232–249. Recuperado de //periodicos.ufam.edu.br/index.php/Decifrar/article/view/13594

Edição

Seção

TEMAS LIVRES