O MAL EM COM OS MEUS OLHOS DE CÃO, DE HILDA HILST
THE EVIL IN HILDA HILST’S WITH MY DOG EYES
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v12i23.13867Keywords:
Mal; hipermoral; Com os meus olhos de cão; Hilda Hilst; Georges Bataille.Abstract
O presente artigo investiga as manifestações do Mal e seus desdobramentos na novela Com os meus olhos de cão, publicada originalmente em 1986, de autoria da escritora brasileira Hilda Hilst. A noção de Mal com que trabalhamos é aquela proposta pelo pensador francês Georges Bataille, um dos grandes interlocutores de Hilst. Partimos de uma análise do personagem principal e foco narrativo da novela, Amós Kéres, e seguimos apontando os modos como se manifesta esse Mal, passando pelo dispêndio, loucura, potlatch, obscenidade e outras figuras do excesso. Objeto de uma “hipermoral”, ele é entendido aqui como força que leva o ser humano a transgredir sua limitada humanidade no ilimitado em que se dissolve. É o que ocorre com Amós, que, embarcado num devir (animal, invisível…), “não foi visto em lugar algum”.
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