TRÊS IRMÃOS EM DOIS IRMÃOS: AMOR, ÓDIO E (RE)PULSA
THREE BROTHERS IN DOIS IRMÃOS: LOVE, HATE AND (RE)PULSE
DOI:
https://doi.org/10.29281/rd.v12i23.13594Palavras-chave:
Amor; mãe; irmãos; Dois irmãos.Resumo
A família é palco de todos os sentimentos, ou ao menos assim deveria ser. Freud (2011), ao dar forma e método à Psicanálise, muito se dedicou a investigar esse grupo, em especial a sua aparente origem, a mãe e o bebê. Partindo disso, o presente artigo visa analisar a relação familiar conflituosa no romance Dois irmãos, de Milton Hatoum (2000), pelo viés Psicanalítico freudiano, com enfoque no vínculo dos três filhos de Zana: Yaqub, Omar e Rânia. Na teoria freudiana, o bebê percebe-se um com a mãe e esta, ao longo do tempo, vai se distanciando dele, de modo que o infante percebe que sua mãe não é mais extensão de seu corpo. Nesse distanciar, outros sujeitos adentram à relação; o primeiro, tradicionalmente exposto por Freud, seria o pai, mas pode ser qualquer pessoa ou situação que retire a mãe do contato pele a pele com o filho. Em Dois irmãos há uma peculiaridade, Omar e Yaqub são gêmeos, o que faz com que essa percepção de ser um aconteça com os dois, assim como o desligar-se dela. Dessa maneira, o primeiro vínculo anuncia amor e, depois, o ódio. Na trama exposta não é o pai quem faz a separação mãe-bebê, mas o irmão (seu igual?). Amor e ódio nascem um seguido do outro e vão se entrecruzando diversas vezes. Quando Rânia nasce, já estão estabelecidos três sujeitos em torno da mãe, fazendo de Zana uma figura disputada.
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