O Comércio de Escravizados para o Grão-Pará nas correspondências dos governadores durante o Monopólio Comercial (1757-1778)
DOI:
https://doi.org/10.69696/somanlu.v24i2.17026Palavras-chave:
Comércio de Escravizados, Grão-Pará, Monopólio da Companhia, AgentesResumo
O presente artigo é produto do encontro de novas fontes históricas e do tratamento para a compreensão do comércio de escravizados para a região setentrional da colônia, em particular para o Grão-Pará, durante o período de vigência do monopólio exercido pela Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1757-1778). A existência de uma consolidada historiografia sobre o comércio de escravizados durante o período pombalino não estabeleceu uma história total que não possa ser indagada ou perquirida a partir de outros lugares e registros históricos. Nesse sentido, a partir da inquirição das “Correspondência originais dos governadores do Pará com a corte” (20 livros, 4 utilizados neste artigo) busca-se analisar o trânsito de escravizados no Pará, porém sobre outros prismas, principalmente a dimensão da presença dos escravizados e de seus agentes, aqui enfatizados a partir da administração da Companhia, seus mestres/capitães e, quando foi possível, também proprietários de tumbeiros). A metodologia de análise dos dados foi essencialmente quantitativa, visto que se priorizou a aridez dos números e a organização e tabulação em tabelas, todavia, estabeleceu-se com ela um diálogo e entendimento das cifras no contexto do governo de José I e da política efetivada pelo ministério pombalino e seus interlocutores, em particular os governadores do Pará, diante da questão relacionada a mão de obra. Os resultados inclinam-se a uma análise das pessoas que estiveram envolvidas no comércio de escravos na Amazônia no terceiro quartel dos setecentos, bem como as suas agências enquanto sujeitos igualmente necessário para o entendimento do funcionamento das lógicas mercantis.
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