Márcio Souza
the word as resistance in the Amazon
DOI:
https://doi.org/10.69696/somanlu.v25i1.11025Palabras clave:
Amazônia, Márcio Souza, Palavra, ResistênciaResumen
Este artigo propõe uma leitura crítica da produção escrita de Márcio Souza como um projeto artístico e intelectual que tensiona as narrativas oficiais, resgata vozes subalternizadas e denuncia as múltiplas formas de violência – simbólica, histórica, ambiental e social – que marcam o território amazônico. O estudo busca evidenciar que, através de seus romances históricos, filmes, peças teatrais, ensaios e intervenções públicas, Souza articula uma linguagem que não se conforma com os silenciamentos impostos à floresta e aos seus povos, fazendo da palavra uma arena de debates e de afirmação identitária. Trata-se de um escritor cuja trajetória intelectual inscreve-se como uma das mais vigorosas expressões da resistência cultural na Amazônia brasileira. Escritor, cineasta, dramaturgo, ensaísta, crítico e gestor cultural, Souza construiu uma obra multifacetada, marcada pelo enfrentamento às hegemonias simbólicas impostas contra a região e pelo compromisso radical com a história, a cultura e os conflitos da Amazônia. A palavra, em sua obra, extrapola a mera função como instrumento de comunicação e se instaura como ato político e gesto de insurgência. A pesquisa sublinha também que, ao situar sua palavra no coração de uma região marcada pela colonialidade, pelo extrativismo predatório e pela exclusão sociocultural, Márcio Souza funda um discurso que vai além da denúncia: sua obra reconfigura os modos de narrar a Amazônia, atribuindo-lhe complexidade, historicidade e autonomia. Assim, este estudo pretende discutir de que maneira a palavra, em sua dimensão estética e política, opera como instrumento de resistência no pensamento e na criação de Márcio Souza, contribuindo para o fortalecimento de uma consciência crítica amazônica e para a ampliação do repertório cultural brasileiro.
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