O sairé como expressão sociocultural dos descendentes de povos indígenas do baixo Amazonas/PA
Prática resultante do processo civilizatório junto aos índios Borari
DOI:
https://doi.org/10.29327/233099.16.2-3Palavras-chave:
Processo Civilizador, Povos Indígenas, Amazônia, SairéResumo
O presente trabalho faz parte dos estudos e pesquisa que se encontram em andamento no curso de doutorado do Programa de Pós-graduação Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal do Amazonas (PPGSCA/UFAM). O objetivo é analisar como as missões religiosas, em especial, a Companhia de Jesus, atuaram sobre grupos étnicos com intuito de converter, catequizar e civilizar povos indígenas da Amazônia brasileira, a partir da configuração do Sairé – semicírculo feito de cipó revestido de algodão, fitas coloridas e espelhos contendo em suas extremidades cruzes simbolizando as três pessoas da Santíssima Trindade e no ápice uma cruz maior representado a figura do Deus Único –, acompanhado de cantos, orações e procissões. E compreender como esses elementos da estratégia civilizatória dos missionários jesuítas, considerando suas ressignificações, mantém-se presentes na expressão sociocultural dos descendentes dos povos Borari da vila de Alter do Chão/PA, manifestados na festa do Sairé. O estudo tem como aporte teórico as contribuições de Norbert Elias sobre o processo civilizador no contexto da sociedade moderna e pós-moderna, além de contar com informações coletadas pelo método da história oral junto aos comunitários de Alter do Chão, através do uso intenso de entrevistas e do registro etnográfico na tentativa de entender as figurações que compõem a festa que louva a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo. Caracteriza-se como um estudo de cunho qualitativo.
Downloads
Referências
ANCHIETA, José de. In: HUE, Sheila Moura. Primeiras cartas do Brasil [1551-1555]. Tradução, introdução e notas Sheila Moura Hue. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006.
ARENZ, Karl Heinz. O Quotidiano nos Aldeamentos Jesuíticos na Amazônia Portuguesa (Séculos XVII e XVIII), VIII Encontro Regional de História – ANPUH-PA, Belém-PA, UFPA, 2012.
ARENZ, Karl Heinz. Fazer sair da silva: as missões jesuíticas na Amazônia. Belém: Estudos Amazônicos, 2012.
AZEVEDO, J. L. D. Os Jesuítas no Grão-Pará. Suas Missões e Colonização. Belém: SECULT, {1901}, 1999.
BETTENDORFF, João Felipe. Crônica da missão dos padres da Companhia de Jesus no estado do Maranhão. Belém: Fundação Tancredo Neves/SECULT, {1910}, 1990.
BURKE, Peter. O que é história cultural? Tradução Sérgio Góes de Paula – 2. Ed. Ver. E amp. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
CASTRO, Eduardo Viveiros. O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem. Revista de antropologia, p. 21-74, 1992.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. Trad. Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
DANIEL, João. Tesouro descoberto no Máximo Rio Amazonas. Vol. 1 e 2. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004.
DIAS, João Aluízio Piranha. Educação colonial na Amazônia: a pedagogia dos jesuítas e a invenção do Sairé. Dissertação de Mestrado – PPGED/UEPA, Belém-PA, 2014.
DOS SANTOS, Eugenio. Índios e Missionários no Brasil Quinhentista: do confronto à cooperação. Revista da Faculdade de Letras. História, nº 9, 1992, p. 107-118.
ELIAS, Norbert. O Processo Civilizador, vol. 1: uma história dos costumes. Tradução: Ruy Jungmann; revisão e apresentação: Renato Janine Ribeiro. – 2ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
FARIA, Marcos Roberto de. Tópicos em história da educação na América portuguesa: as representações de escola, ensino e aluno nas cartas dos primeiros jesuítas (1549-1583). Revista do Programa de Pós-graduação em Educação, Campo Grande, MS, v. 16, nº 31, p. 43-58, jan/jul. 2010.
FLUCK, Marlon Ronald. Evangelização no Brasil Colônia (Séculos XVI e XVII): Estudo comparativo de Três Modelos Missionários. Estudos Teológicos, v. 31, n. 2, p. 151-170, 2013.
FRAGOSO, Hugo. A era Missionária, In: História da Igreja na Amazônia. Petrópolis, Vozes, 1992.
MAIA, Lígio de Oliveira. Regulamento das aldeias: da Missio ideal às experiências locais. Outros Tempos, vol. 5, nº 6, Dezembro de 2008 – Dossiê Religião e Religiosidade.
MATOS, Gláucio Campos Gomes de. Ethos e Figurações na hinterlândia amazônica. Manaus, Editora Valer/Fapeam, 2015.
MONTAIGNE, Michel de. Ensaios [Dos canibais] Trad. Sérgio Milhet. 4ª ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987.
NOGUEIRA, Wilson. Festas Amazônicas: boi-bumbá, ciranda e sairé. Manaus: Editora Valer, 2008.
NÓBREGA, Manuel da. Primeiras cartas do Brasil [1551-1555]. In: HUE, Sheila Moura. Tradução, introdução e notas Sheila Moura Hue. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2006.
PEREIRA, Nunes. O Sahiré e o marabaixo: tradições da Amazônia. Recife: FUNDAJ, Editora Massangana, 1989.
QUEIROZ, João de São José. Visitas pastorais: memórias (1761-1762 e 1763). Rio de Janeiro: Editora Melso, 1961.
SOUZA JÚNIOR, José Alves de. Tramas do Cotidiano. Religião, política, guerra e negócios no Grão-Pará do setecentos. Belém: ed. Ufpa, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2017 Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos faz uso de licença Creative Commons de atribuição (CC BY 4.0)


