Dissimetrias

Autores

  • Saulo de Araújo Lemos Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.69696/somanlu.v24i1.15535

Palavras-chave:

Poesia, Filosofia, Carlito Azevedo, Friedrich Nietzsche, Diferença, Dissimetria

Resumo

Um traço marcante do amplo ciclo das modernidades (que começa pelo menos no século XIX, senão na época das grandes navegações, e segue, em várias texturas de época, até hoje) é a intenção ou o impulso de se desviar de olhares convencionais sobre o real e alcançar perspectivas diferenciadas de pensamento, arte, linguagem e experiência individual e coletiva (inclusive quanto a outros seres). Nietzsche chamou isso de “diferença do olhar”, apontando-a como elemento direcionador de sua filosofia. Este artigo procura relacionar o sintagma nietzscheano acima à experimentação formal na poesia recente como sobrevivência daquele direcionamento em uma obra que dialoga intensamente com a tradição moderna: a poesia do brasileiro Carlito Azevedo (1961). Está presente, nesse quadro, a hipótese de que os poemas de Carlito sejam indício de uma tendência mais geral, tanto na escrita literária como filosófica modernas, que mantém o deslocamento de pontos de vista como método, mas também como inquietação inevitável ante as perplexidades da modernidade. Essa possibilidade será aqui observada a partir de uma leitura de dois poemas de Carlito extraídos de seu livro Monodrama (2009), intitulados “Uma tentativa de retratá-la” e “Pálido céu abissal”, com foco nas questões da representação e da política como vida comunitária; tal exercício possibilitou formular a noção de dissimetria ou assimetria (ambas as palavras são sinônimas), que se associa a um percurso que vêm da “diferença do olhar” concebida pelo filósofo alemão e passa pela chamada “filosofia da diferença”, em que são compreendidos autores como Jacques Derrida, Giles Deleuze, Félix Guattari, Gianni Vattimo e outros.

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Publicado

20-12-2024

Como Citar

LEMOS, S. de A. Dissimetrias. Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos, Manaus, v. 24, n. 1, p. 130–150, 2024. DOI: 10.69696/somanlu.v24i1.15535. Disponível em: //periodicos.ufam.edu.br/index.php/somanlu/article/view/15535. Acesso em: 22 dez. 2024.