CHAMADA DE SUBMISSÃO DE ARTIGOS PARA DOSSIÊ (EDIÇÃO 2024.2) - AMAZÔNIA(S) E ÁFRICA(S)

30-08-2024

Está aberto o período de submissão de artigos científicos para o dossiê Amazônia(s) e África(s): conexões econômicas, políticas e socioculturais da Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos, a ser publicado no 2º semestre de 2024. As submissões deverão ser realizadas até o dia 31/10/2024.

Organizadores:
Prof. Dr. Manuel Henriques Matine/Centro de Estudos do Vale do Limpopo - Moçambique
Prof. Dr. José Gil Vicente/Universidade Federal do Amazonas (UFAM) - Brasil

Em busca de aproximações acadêmicas e intelectuais no campo das Ciências Sociais e Humanidades entre pesquisadores da(s) Amazônia(s) e África(s), a revista Somanlu, do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura na Amazônia da Universidade Federal de Amazônia (UFAM), torna público o dossiê temático Amazônia(s) e África(s): conexões econômicas, políticas e socioculturais , com o objetivo central de convidar a todo(a)s interessado(a)s a submeterem trabalhos de pesquisa em forma de artigo, resenha e caderno de campo.


Os estudos nas Ciências Sociais e Humanas, em particular no campo da Antropologia e História situam os primeiros contatos políticos, econômicos e socioculturais entre os povos ameríndios – indígenas da Amazônia –, europeus – brancos colonizadores – e africanos – negros escravizados, em finais do século XVII. Os dados e informações representativos sobre a provável origem dos negros, em regiões de atual Angola, Guiné-Bissau e Moçambique, podem ser consultados nos arquivos da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778). A par desse registro, considera-se válida a dispersa documentação
dos negreiros clandestinos e a Fonte oral.


Apesar dos argumentos que explicam o tráfico transatlântico para a grande Amazônia dividirem posicionamentos de especialistas, em: (a) necessidade de garantir a reprodução das relações de produção colonias e (b) povoar amazônia para conter as ambições expansionistas estrangeiras, cumpre-nos aludir o seguinte: “os índios; brancos e negros, em busca de complementaridades, reinventaram suas tradições. A evolução histórica desta simbiose verifica-se através: do câmbio de palavras banto, sudanesas e indígenas no português amazonense; da religiosidade; das festas folclóricas; melodias, danças e coreografias e, Quilombos – a recriação de África(s) no Brasil.


Sabe-se, contudo, que essa complementaridade histórica entre Amazônia(s) e a(s) África(s) foi ao longo do tempo silenciada, quer pela elite racista brasileira, tanto por académicos ávidos em reprodução da ideologia eurocêntrica. Deste modo, a revistaSomanlu avançando na contracorrente da subalternização das interseções Amazônia(s) e África(s), com o presente dossiê temático pretende promover debates científicos sobre saberes e práticas entre os povos da Amazônia e do continente africano. O objetivo primordial desta proposta de debates prende-se ao estímulo de trânsitos de pensamentos e experiências.

 

Eixos temáticos:
1. Entrepostos do tráfico negreiro na costa de Moçambique, Angola e Guiné: memórias, imagens e História.
2. O ensino do comércio transatlântico nas escolas em Amazônia(s) e África(s).
3. A História, Antropologia e Sociologia contemporâneas da(s) África(s).
4. A presença negra na(s) Amazônia(s): o debate histórico, antropológico e sociológico.
5. Práticas e saberes da(s) cultura(s) afro-amazônica(s): possibilidades, desafios e perspectivas.
6. (Re)afirmação dos Quilombos amazônicos: das lutas históricas ao reconhecimento político.