A importância do nutricionista na atenção primária à saúde para o aumento das práticas de amamentação das gestantes e lactantes cadastradas nas unidades básicas de saúde do município de Eirunepé- AM, Brasil
Resumen
O aleitamento materno (AM) favorece o crescimento e o desenvolvimento da criança tanto por suas características nutricionais quanto por imunológicas e psicológicas. O nutricionista é o profissional que recebe na sua formação acadêmica um conhecimento específico que lhe permite, a partir de diagnóstico e observação de valores socioculturais de cada paciente, desenvolver técnicas na orientação nutricional. Objetivou-se, nesse trabalho, demonstrar a importância do nutricionista na atenção básica de saúde, contribuindo para o aumento das práticas da amamentação exclusiva até o sexto mês vida e avaliar o conhecimento das lactantes antes e após o acompanhamento nutricional. Trata-se de um estudo transversal, realizado no ano de 2016, nos dias de atendimento nutricional específicos para gestantes e puérperas, onde foram coletados dados a partir da aplicação de dois formulários com cinco questões semiabertas e de múltiplas escolhas cada, aproveitados nas quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) existentes no Município de Eirunepé, localizado no interior do Amazonas, divisa com o Acre. Nesta pesquisa, foram incluídas 73 mulheres entre gestantes e puérperas, sendo que o critério de descarte da amostra foi apenas de mulheres menores de idade, primigestas e mães com filhos com idade superior a 24 meses de vida, totalizando 16 mulheres. O primeiro formulário consistia na avaliação dos conhecimentos corriqueiros, nele contido de variáveis como: escolaridade, idade, renda salarial, atendimento nutricional e conhecimento sobre aleitamento materno. Após a aplicação do formulário foram realizadas palestras sobre a amamentação como promoção da saúde para o grupo materno infantil, utilizaram-se recursos audiovisuais e simulações. Após a intervenção nutricional, as lactantes foram avaliadas quanto ao conhecimento obtido, aplicando-se assim o segundo formulário. Os resultados apresentaram que a maioria das usuárias se encontravam na faixa etária de 20 a 35 anos (68,4%). Quanto à escolaridade, 33,3% apresentavam apenas 5 anos de estudo. Do total das entrevistadas, 56,1% não receberam orientação do profissional nutricionista quanto à amamentação, uma vez que essas UBS não possuíam este profissional em seu quadro permanente, 35% receberam orientações oriundas de enfermeiros, médicos, as demais não souberam ou não quiseram opinar. Como aproveitamento do conhecimento, constatou-se que 85,7% das mães acreditam que a amamentação exclusiva até os 6 meses de vida é ideal para o desenvolvimento saudável da criança, 67,5% afirmaram que qualquer tipo de alimento, chupetas e mamadeiras introduzidos antes desse período e durante a amamentação respectivamente, agravam a saúde da criança e seu crescimento físico e intelectual, 96% das mães pretendem alimentar por livre demanda seus filhos e 98% gostariam de ter um acompanhamento com um nutricionista durante a amamentação. Foi verificado que houve introdução precoce de outros alimentos, como chás de hortaliças, águas, compostos lácteos e mucilagens. Portanto, esta prática poderá estar atrelada a falta de conhecimento em relação à qualidade nutricional do leite materno assim como a maturação do trato gastrointestinal do bebê, as posições incorretas de amamentar e a baixa escolaridade das nutrizes, além do conhecimento empírico, aspectos estes que aumentam suas potencialidades de interferência do aleitamento quando é associado à ausência de assistência nutricional, realizada por um profissional habilitado, o nutricionista. A partir desse trabalho, fazem-se necessários mais estudos sobre os fatores que contribuem para o desmame precoce desse grupo.
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