Medicalização na contemporaneidade:

um diálogo entre a fenomenologia existencial e a psicopatologia

Resumo

Este breve ensaio tem como objetivo trazer à discussão um olhar sobre a medicalização na contemporaneidade e sua imbricação com a psicopatologia fenomenológica. É trazida a perspectiva da medicalização e alguns dos vários fatores aí presentes, da percepção do não-pertencimento à busca de estabelecer o outro como referência culminando no auto isolamento presente nos dias atuais. Aspecto não menos importante é o que diz respeito à banalização atual do normal e o patológico que, maioria das vezes, imprime nesse outro o não conseguir caminhar por entre as várias solicitações originárias do nicho sociocultural e histórico, incitando à fragilidade e vulnerabilidades emocionais e existenciais. Por fim, e não menos importante, a Psicopatologia Fenomenológica em sua característica basilar do olhar o que sofre para além da hipótese diagnóstica ou quadro nosológico, possibilitando reconhecermos a pessoa em sua singularidade e modo muito próprio de ser ela mesma para além das requisições que o entorno traz. Conclui-se que refletir estas temáticas é enveredar pela perspectiva de que busquemos, na relação com esse outro que sofre, compreender a pluridimensionalidade do existir em seu aspecto basilar, ser humano e sua humanidade. Que possamos refletir que, a vida nos propicia aprendizagens incríveis, dentre estas, cremos que a mais fundamental é que as pessoas buscam pelo sentido da vida. Lembremos, contudo, que a vida não tem sentido, vida é sentido.