OS BATUQUES E AS REVOLTAS QUE RESSOAM PELA CIDADE

O MARACATU E O BAQUEAR DO DISCURSO DA ORDEM E DA MEMÓRIA GERMÂNICA EM JOINVILLE (SC)

Autores

  • Evelyn de Jesus Jeronimo Universidade da Região de Joinville
  • Roberta Barros Meira Univille
  • Mariluci Neis Carelli Universidade da Região de Joinville

Resumo

Os grupos percussivos de maracatu são responsáveis por preservar e produzir práticas culturais afro-brasileiras que se espraiam por diversas regiões do Brasil. Em Joinville (SC), o impacto do maracatu também pode ser percebido na quebra do discurso da história oficial da cidade e da glorificação da cultura alemã. O maracatu faz-se presente em Joinville por meio de dois grupos percussivos, o Morro do Ouro e o Baque Mulher, cujas organicidade e estrutura são diferentes. A pesquisa buscou compreender de que maneiras se dão as trocas de saber e as relações entre os grupos percussivos e os maracatus nação do Recife. Para isso, utilizamos como fonte primária o documentário do Grupo Morro do Ouro na Noite do Dendê Vivência com a Nação do Maracatu Porto Rico e os sites dos grupos percussivos de maracatu de Joinville. O artigo também visou entender a presença da jurema sagrada no maracatu, pela toada Semente de Jurema, do Maracatu Nação Estrela Brilhante de Igarassu, considerando sua magnitude religiosa. Ademais, um dos momentos mais importantes para os grupos percussivos é a saída ao carnaval de rua, embora a repressão policial se faça presente nesses momentos. Assim, a pesquisa aborda a continuidade histórica do discurso da ordem que construiu e constrói a narrativa de seres disciplinados versus os processos de resistência e as múltiplas narrativas da cidade que partem dos diversos sujeitos históricos e suas culturas, entre eles os grupos de maracatu.

Biografia do Autor

Evelyn de Jesus Jeronimo, Universidade da Região de Joinville

Acadêmica em formação em Licenciatura de História na Universidade da Região de Joinville - Univille. É membro do grupo de pesquisa Ciculação de Saberes, Natureza e Agricultura e do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro - NEAB-Joinville. Pesquisa nas áreas do Patrimônio Cultural e História Ambiental.

Roberta Barros Meira, Univille

Bacharel e licenciada em Historia pela Universidade Federal Fluminense (2005), mestrado e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo. Pós-doutoranda pela Universidad Nacional de Tucumán. Docente do Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade e do Departamento de História da Universidade da Região de Joinville - Univille. Tem experiência na área de História do Brasil, com estudos no campo do patrimônio ambiental e políticas agrícolas. 

Mariluci Neis Carelli, Universidade da Região de Joinville

Possui graduação em SERVIÇO SOCIAL pela Universidade Federal de Santa Catarina (1985), mestrado em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (1992) e doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004). Atualmente é avaliador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, MEC/INEP, presidente do conselho de administração furj da Universidade da Região de Joinville, coord ppg patrimônio cultural e sociedade da Universidade da Região de Joinville e professor titular i da Universidade da Região de Joinville. Tem experiência na área de História, com ênfase em Patrimônio Cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: patrimônio cultural, paisagem cultural, sustentabilidade, memória e cultura.

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Publicado

2021-10-29