Corporativismo no Brasil: relações do integralismo com Getúlio Vargas e o Estado Novo
Resumo
O corporativismo foi um fenômeno mundial que assumiu diversas variantes nacionais e interpretações políticas. No caso do Brasil, para além do governo de Getúlio Vargas, outros grupos desenvolveram propostas corporativistas de Estado no período, como o movimento fascista que se estabeleceu no Brasil. A Ação Integralista Brasileira (AIB) possuía um discurso autoritário, nacionalista e corporativista. Durante a vigência do integralismo, o Brasil vivia um período de escalada autoritária também no Governo Federal. Dessa forma, além das dissonâncias entre as propostas integralistas e varguistas, houve momentos de colaboração, o que foi possível pelas convergências em relação a inimigos em comum e ao corporativismo presente em seus projetos de Estado. À vista disso, este artigo tem como objetivo analisar as relações estabelecidas entre eles, que resultaram no breve apoio de Plínio Salgado, líder integralista, a implementação do Estado Novo brasileiro. Tenciona-se observar como o corporativismo proposto na Constituição de 1937, que institucionalizou a ditadura de Vargas, contribuiu neste processo.