O CÓDIGO DO MACHO: A ESTRUTURA HISTÓRICA DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO E O CRIME DE ESTUPRO
Resumo
Esse artigo visa analisar como as categorias de gênero e estereótipos operam no Código Penal e como o Código Penal opera para (re)produzir as categorias de gênero e estereótipos. Para seguirmos na investigação, faz-se necessário apresentar o contexto histórico do nosso Código Penal. Assim, ele foi editado durante o Iluminismo e as teorias de inferioridade da “raça” humana, o que inclui a inferioridade das mulheres, segundo Greco (2012), em um cenário marcado pelas caças às bruxas narradas por Federici (2015), que também reforçam a inferioridade e objetificação da mulher. Época em que se pode verificar os elementos de gênero delineados por Chauí (1985), entre outros autores, e materializados pelos estereótipos de Pereira (2002), que também reforçam as questões da feminilidade como sendo inferioridade, passividade, entre outras. Logo, as questões de gênero, estereótipos, patriarcado em vigor no contexto da edição do Código Penal provavelmente influenciaram a sua construção na época e hoje continuam a operar através dele.